Em declaração dada na noite dessa quinta-feira (23), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga afirmou que a vacinação de crianças contra a Covid-19, na faixa etária de 5 a 11 anos, será autorizada, contudo, será necessária a prescrição médica e um “termo de consentimento livre esclarecido”.
No último dia 16, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o uso do imunizante da Pfizer em crianças da faixa etária no Brasil.
“O documento que vai ao ar recomenda a vacina da Pfizer. Nossa recomendação é que não seja aplicado de forma compulsória. Essa vacina estará vinculada a prescrição médica, e a recomendação obedece às orientações da Anvisa”, disse Queiroga.
O ministro ainda ressaltou que outros países, como Estados Unidos e Alemanha, já utilizam o imunizante nesta faixa etária, mas que a “decisão final será dos pais”.
A determinação do ministro vai de encontro com a opinião do presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante sua live semanal realizada em 16 de dezembro, o chefe do Executivo havia declarado que a palavra final caberia aos responsáveis pelas crianças.
Bolsonaro ainda pediu que os nomes dos integrantes da Anvisa que foram a favor da autorização da imunização fossem divulgados.
“A Anvisa não está subordinada a mim, vamos deixar bem claro isso, não interfiro lá, mas pedi extraoficialmente o nome de quem autorizou a vacina para crianças a partir de cinco anos. Queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento de quem são e forme seu juízo”, proferiu Bolsonaro.
Não foi especificada pelo ministro uma data para início da vacinação. Mas segundo Queiroga, será possível começar a imunização dentro de um “prazo curto”, assim que aprovado pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid), pois o contrato com a Pfizer “contempla todas as faixas etárias”.
“Esse tempo entre a aprovação final, marcada para o dia cinco, e o início da campanha de vacinação é tempo suficiente para que as salas de vacinação se preparem para a aplicação”, afirmou.
“Nossa recomendação é muito parecida com a da Alemanha”, declarou Queiroga. Em sua explicação, justificou que o modelo alemão prevê as crianças com comorbidades como grupo prioritário, e as demais necessitando prescrição médica para receber o imunizante.
De acordo com o ministro, analisando a imunização de crianças no exterior, não é possível afirmar que houve diminuição no número de óbitos, e que só com maior tempo de pesquisa será possível fazer essa relação.
CNN Brasil