Com um jornalismo resiliente, Abelardo Jurema conquistou seu espaço na comunicação paraibana. Há 46 anos a ‘Coluna do Abelardo’ é publicada na imprensa local, sendo referência de informação dentro do Estado. Com astúcia e inteligência, o jornalista soube se reinventar, adaptando-se as novas formas de fazer jornalismo e alcançando cada vez mais pessoas com as suas palavras. Nesta quinta-feira (09), Abelardo foi o entrevistado do dia no programa 360 graus, oportunidade na qual fez um balanço de sua atividade jornalística e comentou sobre a tradicional ‘Feijoada do Abelardo’, marcada para o próximo domingo (12).
Com 69 anos de idade e 49 anos atuando no jornalismo, Abelardo Jurema afirma estar vivendo a melhor fase de sua coluna. Com o fechamento do Correio da Paraíba em abril de 2020, jornal impresso que diariamente publicava suas notas, ele viu na internet a oportunidade de seguir com o seu longevo trabalho. Para Abelardo, o sucesso de sua coluna está ligado ao seu não envelhecimento, por isso busca constantemente estar atualizado sobre as tendências do mundo da comunicação.
“Eu não posso envelhecer. Nem eu, nem deixar a coluna ficar velha, nem deixar os eventos envelhecerem. Eu tenho que me preocupar com a geração que está aí, tenho que me preocupar com a minha coluna, que tenha sempre leitores. Eu não posso ficar vendo o tempo passar e não fazer nada. Senão, eu teria ficado, sou da geração analógica. A coluna só se mantém porque ela se mantém atual, se mantém viva”, ponderou Jurema, que ainda lembra de sua migração para o ambiente digital. “O jornal acabou num dia, no outro dia estava com a coluna na internet, fazendo no Instagram”, conta.
Todo o cotidiano de João Pessoa é acompanhado pela coluna escrita por Abelardo Jurema há 46 anos. Ele revela que iniciou na empreitada por acaso, substituindo interinamente Heitor Falcão de Freitas, o maior colunista social de sua época, que deixou o Jornal O Momento para fundar o Jornal de Agá. De lá pra cá, numa mais parou de escrever no colunismo social, passando ainda pelos jornais O Norte e Correio da Paraíba, chegando nos dias de hoje no jornalismo online.
“A última conta que fiz, tinha feito 500 colunas online. Não é brincadeira. E hoje a coluna tem assinantes, a coluna tem anunciantes, a coluna tem prestígio, a coluna tem credibilidade. A melhor fase da minha coluna como jornalista é a que estou vivendo”, pontuou.
O jornalista diz que, atualmente, não consegue dimensionar o público alcançado por suas notas devido à facilidade que a internet impulsiona o que é escrito por ele, como por exemplo através de grupos nas redes sociais. Abelardo garante que, onde chega, sempre é abordado por alguém que revela ter lido sua coluna, que também é constantemente pautada nas rodas de conversa da Capital.
“A coluna do Abelardo nunca foi uma coluna social. É um engano. Ela tem 10% de umas fotos, mas o resto dela, todinho, é de informação, é de opinião. […] Então, eu acho que a coluna se fixou pelo compromisso com o jornalismo”, opinou.
Além da ‘Coluna do Abelardo’, já marcada na memória dos paraibanos, a ‘Feijoada do Abelardo’ é um consagrado evento promovido por ele desde 1993 e que faz parte do calendário de fim de ano de João Pessoa. A edição de 2021 acontecerá no Lovina Beach, em Cabedelo, com apresentações de Preto Neto, Felipe Rossi e Gegê Bismark. Assim como em sua coluna, Abelardo Jurema busca a modernização da sua feijoada, com atrações atuais a fim de cativar o público mais jovem.
“Já fiz feijoada com humoristas, já fiz feijoada com cantores da antiga, mas eu não posso ficar só nesse nicho. Tenho que ampliar, colocar coisas mais atuais, não necessariamente aquelas que só eu gosto, que estou acostumado. São várias gerações, então, tem que agradar a todos”, completou.
Assista à entrevista completa com Abelardo Jurema: