Quatro ex-secretários da gestão do ex-prefeito Romero Rodrigues e mais treze servidores foram condenados a mais de 700 anos pela Justiça Federal como integrantes da quadrilha que roubou a merenda de estudantes carentes de Campina Grande.
A Operação Famintos – que escandalizou a Paraíba e o Brasil – ainda deve, porém, uma resposta:
Quem era o líder do esquema criminoso?
E por que ele continua livre, leve e solto?
É realmente difícil acreditar que secretários, políticos e empresários tenham sistematicamente atacado os recursos destinados a matar a fome de crianças campinenses – ao longo de sete anos – sem que os cabeças da gestão tivessem conhecimento dos crimes.
Três dos condenados ocuparam o cargo de secretario da educação da administração Romero Rodrigues.
Ou seja: cada novo secretário herdava, entre aspas, seu papel no esquema criminoso.
A sentença, assinada pelo juiz Vinícius Costa Vidor, da 4ª vara da Justiça Federal, foi anunciada hoje.
Esta é a segunda condenação proferida na esfera da Famintos.
Na primeira sentença, 16 empresários foram condenados.
Os paraibanos aguardam por delações premiadas que podem lançar luz definitiva e apontar os líderes de um dos escândalos mais sujos da história do Estado.
Pois é preciso ser desprovido de alma para enriquecer às custas dos pratos vazios de crianças vulneráveis, que muitas vezes só tem acesso a uma refeição consistente na escola.