O programa 360 graus recebeu nesta quinta-feira (11) Teresa Carneiro, irmã do ex-secretário de Agricultura de Sapé, Egberto José Carneiro (Zé Carneiro), que fez graves denúncias contra a Prefeitura de Sapé. Segundo ela, cargos públicos são negociados com vereadores como forma de barganha e apadrinhamento político, além da contratação de funcionários fantasmas para a concretização do esquema conhecido como rachadinha, quando boa parte do salário desses servidores inexistentes volta para os seus empregadores.
Todas as denúncias feitas por Carneiro são fundamentadas com provas. Ela entregou à redação um áudio no qual a ex-prefeita do município, Maria Luiza e sua esposa, a ex-vereadora Lalinha, articulam a distribuição de funções na gestão sapeense. Conforme informado, a dupla detém 50 cargos públicos na prefeitura por intervenção da atual primeira-dama, Denise Ribeiro. Teresa ainda expõe que empregos são ofertados aos vereadores da situação de Sapé para que sigam apoiando o governo, como também gratificações são distribuídas em troca de apoio aos deputados referendados pelo prefeito da cidade, Major Sidnei.
Teresa ainda expõe que a Associação da Melhor Idade de Sapé (AMIS) foi utilizada para beneficiamento político. Também de acordo com suas declarações ao 360 graus, a atual administração de Sapé acumula contratos milionários irregulares firmados com empresas recém criadas. “Uma empresa criada com 20 dias já tem um pagamento de quase R$ 1 milhão efetuado pela Prefeitura de Sapé”, acusou.
Também há denúncias de pagamentos duplicados, repasse de propinas, contratação de funcionários fantasmas e até mesmo perseguição política contra pessoas da oposição. Segundo ela, as provas que diz ter sobre as irregularidades na gestão de Sapé já foram entregues ao Ministério Público da Paraíba. A Câmara do município instaurou, na manhã desta quinta-feira (11), uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as queixas.
“O Major já vem cometendo crimes desde a campanha dele. Porque, o que acontece em Sapé? Os fornecedores chegaram com dinheiro para fornecer a campanha e agora estão vindo tirar. Ninguém dá dinheiro a ninguém. Você já viu alguém dando dinheiro a alguém? Não. Se o cara dá 50 [mil] ele tem que tirar 100, 200 [mil]”, manifestou.
A respeito do envolvimento da ex-prefeita Luiza e da ex-vereadora Lalinha no esquema de rachadinhas, Carneiro esclarece que todos os cargos designados à dupla, para o emprego de funcionários sem concurso, operam com o repasse de parte do salário a elas. Esses servidores inexistentes, inclusive, vão até a casa da ex-gestora para preencher as folhas de ponto, cena captada em vídeo que Teresa tem como prova de suas acusações.
A irmã do ex-secretário ainda afirma ter prints em seu celular que comprovam a realização de depósitos no valor de R$ 500 na conta de Luiza. Já quando são servidores efetivados, o racha do dinheiro é feito por meio da concessão de gratificações. “Às vezes, muitos deles, recebem gratificações. Quando a pessoa é [funcionário] efetivo, é negociado uma gratificação. Entra uma gratificação de R$ 800, aí divide entre eles”, pontua.
Assista à entrevista completa com todas as acusações feitas por Teresa Carneiro:
Teresa Carneiro explica que sofre, por parte de integrantes do governo de Sapé e seus apoiadores, ataques à sua integridade moral, sendo acusada da prática de crimes que não cometeu. Por esta razão, ela encaminhou à nossa redação suas certidões de antecedentes criminais negativada, comprovando que não responde a nenhum processo criminal, veja abaixo: