O tenente da reserva Paulo Roberto Torres Galindo, presidente de uma entidade que representa os policiais militares de São Paulo, tem incentivado policiais militares da ativa a irem ao ato bolsonarista de 7 de Setembro com dicas para evitar que sejam identificados.
O regulamento interno da PM-SP (Polícia Militar de São Paulo) proíbe a participação em manifestações político-partidárias, apontada como transgressão disciplinar.
Torres preside a CEPM (Comissão de Estudos de Assuntos de Interesse dos Policiais Militares de São Paulo) e diz interagir com mais de 35 mil pessoas em 170 grupos de WhatsApp ligados à categoria, com cerca de 140 mil servidores da ativa e da reserva. Tenente da reserva, ele tem manifestado apoio à participação até de servidores da ativa, embora saiba que eles podem sofrer punições.
“Se o policial militar da ativa participar e for pego, aí configura [transgressão disciplinar]. Se participar e ninguém pegar, aí não tem jeito [de a participação resultar em punição]. Muita gente participa. Um ou outro pode ser pego. Aí, responde disciplinarmente. O policial militar não é arruaceiro e não quer tomar o poder. Ele só quer protestar porque também é cidadão”, disse.
E continua: O policial militar não é cidadão? Se não quiser ir, que mande alguém da família para fazer volume e engrossar o caldo. O pessoal está passando veneno já. É importante o brasileiro participar para mostrar que está insatisfeito”, afirma.
Ilegalidade
Em nota, a PM-SP informou que servidores da ativa podem ser punidos se flagrados em atos de caráter político-partidário.
“Toda e qualquer denúncia de descumprimento das normas vigentes são rigorosamente apuradas e punidas, se confirmadas. As forças policiais atuam diuturnamente para garantir os direitos e a segurança de todos”, disse um dos trechos do texto.
Entidades vetam apoio
Um eventual apoio da participação no ato de policiais bolsonaristas foi vetado em reunião nesta quarta-feira (25) no auditório da Afam (Associação Fundo de Auxílio Mútuo dos Policiais Militares de São Paulo) com pessoas ligadas a mais de dez entidades que representam praças e oficiais da corporação.
Com informações do UOL.