Nesta sexta-feira (14), a produção da vacina contra a Covid-19 Coronavac será suspensa completamente pelo Instituto Butantan. A paralisação é decorrente da falta do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), necessário para a fabricação do imunizante.
É aguardada a liberação pelo governo chinês de um lote com 10 mil litros do insumo para a produção ser retomada. O envase da Coronavac já tinha sido suspenso no final de abril, mas os setores de rotulagem e controle de qualidade ainda funcionavam para entregar as doses para o Ministério da Saúde.
Um lote com 1,1 milhão de doses da vacina deve ser entregue nesta sexta ao governo federal. Entretanto, o Butantan afirma que não há mais material para processamento em nenhuma etapa de produção. Enquanto o novo lote de IFA não chega, os setores irão produzir a vacina da gripe.
Segundo o diretor do Instituto, Dimas Covas, era aguardada a liberação de ao menos 3 mil litros de IFA até o sábado (15). Contudo, não há mais previsão de quando a matéria-prima deve chegar ao Brasil.
“Até o final da semana passada, havia a perspectiva de autorização de exportação [do IFA] no dia 13. Na reunião de hoje [com o laboratório Sinovac], vimos que essa previsão não vai se cumprir. Portanto, não temos data neste momento para essa autorização. Estamos aguardando, isso pode acontecer a qualquer momento, mas por enquanto não há essa previsão”, disse em coletiva de imprensa na quarta-feira (12).
O governo de São Paulo tem participado de reuniões com o embaixador do Brasil na China para tentar viabilizar a autorização para a exportação dos insumos da vacina.
De acordo com o governador João Doria (PSDB), com os 10 mil litros de IFA prontos no laboratório da Sinovac na China para serem enviados ao Brasil, o Instituto poderá produzir aproximadamente 18 milhões de doses da Coronavac.
Doria atribui os entraves na importação às constantes declarações contra a China feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Se não recebermos mais insumos para mais vacinas, nós infelizmente teremos que parar a produção. Então é muito importante que a diplomacia brasileira, o ministro das Relações Exteriores, os embaixadores possam atuar para que o governo chinês libere o embarque destes 10 mil litros de insumos da vacina do Butantan”, afirmou o governador na quarta.
A China é fornecedora de matéria-prima para a produção tanto da CoronaVac, do Instituto Butantan, como da vacina de Oxford, produzida pela Fiocruz. A CoronaVac corresponde a aproximadamente 75% das vacinas contra a Covid aplicadas no Programa Nacional de Imunização (PNI).
G1




