É notório que, assim como Cabral descobriu o Brasil, Aluísio Régis descobriu o Conde e merece agora na velhice o reconhecimento através de uma estátua de desbravador, pois homenagem boa deve ser prestada em vida e o velhinho merece ser reconhecido pelo que fez.
Mas também é notório que Aluísio acha que como descobriu, desbravou e fez o Conde crescer, acredita ser o último biscoito do pacote, o rei da cocada preta e só ele pode continuar eternamente administrando o município, como se Cabral merecesse ser presidente eterno do Brasil só por que descobriu.
Outras coisas notórias e recalcitrantes na história de Aluísio são o seu marchismo exacerbado, homofobia e complexo de feitor, pois quando tem mulher no poder ou gênero diferente no debate, ou até mesmo alguém que ouse pensar diferente, logo saca do seu alforge de velho caçador o famoso cipó de boi para açoitar em um tronco imaginário.
Sim, todos concordam que as caravelas de Cabral/Aluísio descobriram o Conde, mas isso não lhe dá o direito de ser um cachimbo eterno e precisa aprender a respeitar as leis da natureza: nasce, cresce, se reproduz e morre. Eterno mesmo só o legado e, mesmo assim, se fizer por merecer.
Dércio Alcântara