De janeiro até este domingo (25), o Brasil contabilizou 195.949 mortes por Covid-19. Em todo o ano de 2020, 194.976 brasileiros foram vítimas fatais da doença. Em apenas 4 meses, 2021 já é o ano mais letal da pandemia no país que, ao todo, registra 390.925 óbitos, sendo o segundo no mundo em número de falecimentos.
Segundo o consórcio de veículos de imprensa, neste domingo foram confirmadas 1.316 mortes nas últimas 24h. Na última semana, houve uma pequena redução na média de óbitos em decorrência do coronavírus, mas ainda é considerado um índice elevado, perto de 2,5 mil registros.
Especialistas temem que o recente relaxamento das restrições estenda o período agudo da crise sanitária e imponha nova pressão sobre os hospitais. Redes de saúde em várias regiões têm sofrido com mortes de pacientes na fila por leitos, falta de remédios do kit intubação e irregularidade no abastecimento de oxigênio.
São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte são algumas das regiões que afrouxaram medidas nos últimos dias. Já o presidente Jair Bolsonaro, que adotou postura negacionista e ataca o lockdown, chegou a dizer na última sexta-feira (23) que as Forças Armadas poderiam ir às ruas para acabar com “essa covardia de toque de recolher”. Bolsonaro chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra regras do tipo, mas a ação não foi acolhida.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga defende o uso de máscaras, mas evita sair em defesa do lockdown. “Temos assistido nos últimos dias a uma tendência de redução de diagnósticos de pacientes com covid, como consequência, a diminuição na pressão do sistema de saúde, o que consequentemente nos dá diminuição de pressão de insumos, como kit intubação e oxigênio.”
Na negociação do Orçamento de 2021, o Ministério da Economia limitou verbas para vacinas, kit intubação e custeio de leitos pedidas pela Saúde. A pasta de Paulo Guedes questionou sobre “arrefecimento da crise” – especialistas, porém, ainda não veem queda consistente de casos.
Já ritmo de vacinação segue lento. No cronograma apresentado pelo Ministério da Saúde houve queda de 31% das doses de imunizantes inicialmente previstas para maio. A redução, entre outros motivos, se deu pela retirada do plano oficial das vacinas russa Sputnik V e da indiana Covaxin, que ainda não têm registro no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reúne nesta segunda-feira (26) para decidir se autoriza a importação da Sputnik.
Na semana passada, o órgão regulador alegou falta de dados sobre a segurança e a eficácia do produto para liberar a aquisição. A manifestação foi feita na Justiça, após o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, dar prazo para que a autarquia decida sobre pedido de compra pelo governo do Maranhão. Outros gestores locais – como os da Bahia, do Piauí e um consórcio de Estados do Centro-Oeste – têm interesse em trazer o produto.
IstoÉ