A gestão da prefeita de Bayeux, Luciene de Fofinho, está sendo investigada em mais uma ação do Ministério Público da Paraíba (MPPB). E de novo por superfaturamento. Agora, a Secretaria de Saúde do município teria comprado 12 mil testes rápidos para covid-19 que custaram três vezes mais do que o valor pago pela empresa contratada para fornecer os produtos.
Bruno Wanderley, secretário municipal de Saúde na época, foi o responsável por fechar o contrato com a Farmácia Bandeirantes, de propriedade do empresário Luciano José de Moraes, por dispensa de licitação. O detalhe é que o estabelecimento fica localizado em Maturéia, cidade na qual Wanderley é vereador.
Os 12 mil testes adquiridos foram entregues em dois lotes de 6 mil, sendo o primeiro no dia 16 de setembro e o segundo em 6 de outubro do ano passado. De acordo com as notas fiscais enviadas pela empresa ao MPPB, a Farmácia Bandeirantes pagou R$ 168 mil pelos testes ao laboratório CAPALAB. Quando vendeu os produtos à prefeitura de Bayeux, cobrou R$ 504 mil, triplicando o preço.
“O Tribunal de Contas da Paraíba analisou referida Dispensa de Licitação por meio Documento TC 59.282/20 e Processo TC 18382/20 e detectou diversas irregularidades”, destacou a promotora do caso, Maria Edlígia Chaves Leite.
Outro fato que causou estranhamento à promotora foi a pequena estrutura do estabelecimento farmacêutico. “É um pequeno comércio e mesmo assim é um grande fornecedor de testes rápido”, ressaltou. Na denúncia, também é destacada a distância de 370 km entre Bayeux e o município em que o contrato foi firmado, considerando que fornecedores da Grande João Pessoa, região em que a cidade está situada, foram ignorados.
Maria Edlígia Chaves Leite busca apurar ainda outro contrato da gestão de Fofinho com a mesma empresa, que vigorou até o dia 31 de dezembro do ano passado. Desta vez foi desembolsado a quantia de R$ 840 mil para a compra de 20 mil testes rápidos.