Em conversa com apoiadores na manhã desta segunda-feira (12), Jair Bolsonaro (sem partido), criticou o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) após o parlamentar de gravado e divulgado uma conversa entre os dois.
No diálogo publicado nesse domingo (11), o presidente diz que governadores e prefeitos também devem ser investigados pela CPI da pandemia, não só o governo federal.
“Eu fui gravado em uma conversa telefônica, está certo? A que ponto chegamos no Brasil. Gravado”, reclamou Bolsonaro.
O chefe do Executivo nacional lembra que uma gravação só poderia ser feita mediante autorização judicial e revela que o conteúdo de sua conversa com Kajuru não foi disponibilizado na íntegra.
“Não é vazar. É te gravar. Gravação só com autorização judicial. Gravar o presidente e divulgar…E outra, só para controle, falei mais coisa naquela conversa. Pode divulgar tudo, da minha parte”, pontuou.
Jorge Kajuru disse, em entrevista ao Globo no domingo, que a divulgação da conversa aconteceu por se tratar de um assunto político.
A CPI da pandemia, que teve abertura determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, deverá investigar as eventuais omissões do governo federal no combate ao coronavírus. Um requerimento que pede a extensão da apuração para gestores estaduais e municipais já foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
” Se não mudar o objetivo da CPI, ela vai vir para cima de mim. O que tem que fazer para ser uma CPI útil para o Brasil: mudar a amplitude dela, bota presidente da República, governadores e prefeitos”, argumentou Bolsonaro, durante conversa com Kajuru.
Noutra parte da conversa, o presidente revela que, caso não haja a mudança, deverão ser ouvidos “gente nossa” para fazer um “relatório sacana”.
“Se não mudar (a amplitude), a CPI vai simplesmente ouvir o (ex-ministro Eduardo) Pazuello, ouvir gente nossa, para fazer um relatório sacana”, sinalizou Jair Bolsonaro.
O Globo