Conhecido como um habilidoso articulador político, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), surpreendeu ao cobrar competência do governo nas ações de combate e enfrentamento à pandemia da Covid-19. A postura de Lira causou certa surpresa, pois foi eleito graças ao empenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro e certamente deveria priorizar as pautas do governo.
O deputado mudou de atitude desde que assumiu o cargo, em fevereiro. A fidelidade do presidente da Câmara ao Executivo está baixa, comparada ao número de mortos pela pandemia do novo coronavírus e às pressões para que o Congresso cumpra com seu dever constitucional de fiscalizar o governo e cobrar uma resposta à altura da gravidade da pandemia.
A mudança no comportamento do presidente da Câmara com o governo surge porque, de acordo com parlamentares, o Congresso não pode assistir intacto ao pior momento do Brasil na crise sanitária. Entre as fontes dessas cobranças estão representantes dos bancos e do empresariado, que divulgaram uma carta aberta afirmando que a recuperação econômica só vigorará com a vacinação em massa contra a Covid.
O líder do PT na Casa, Bohn Gass (RS), comenta a atitude de Arthur “o presidente Arthur Lira deve continuar nessa toada, e o PT já propôs que a Câmara crie o seu próprio comitê para tratar do combate à pandemia, porque não dá para nós confiarmos no presidente Bolsonaro”, afirma. “Além de não liderar o país nesse enfrentamento, ele trabalha contra as medidas que estão sendo tomadas nos estados, provoca aglomerações e vai no sentido contrário”, destaca.