O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi destaque na imprensa internacional na sexta-feira (19). Em entrevista ao jornal francês Le Monde, Lula afirmou “não ver problema” em concorrer novamente ao Palácio do Planalto em 2022. Segundo o ex-presidente, o principal objetivo do pleito é impedir uma reeleição de Jair Bolsonaro.
Questionado se seria candidato em 2022, Lula disse ainda não saber: “eu tenho 75 anos. Em 2022, na época das eleições, terei 77. Se eu ainda estiver em plena forma, e for estabelecido um consenso entre os partidos progressistas deste país para que eu seja candidato, bem, não verei nenhum problema em ser! Mas já fui candidato antes, fui presidente e servi por dois mandatos. Também posso apoiar alguém em boa posição. O mais importante é não deixar Jair Bolsonaro governar mais este país”, afirmou.
Lula também voltou a falar sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, que anulou suas condenações por casos relacionados à operação Lava Jato: “por anos, 210 milhões de brasileiros foram enganados, forçados a acreditar nas mentiras dos promotores da Lava Jato e do juiz Sergio Moro, que se comportaram como verdadeiros gângsters. A verdade agora está na mesa do público. Isso é tudo que eu queria.”
O ex-presidente criticou as tomadas de decisão do Executivo durante a pandemia, afirmou que o Brasil “merece coisa melhor” que o atual governo e chamou Bolsonaro de genocida. “Comecei na política nos anos 1970 e nunca vi meu povo sofrer como hoje. Pessoas morrendo nos portões dos hospitais, a fome voltou. E, diante disso, temos um presidente que prefere comprar armas de fogo ao invés de livros e vacinas. O Brasil é chefiado por um presidente genocida. É muito, muito triste”.
Foto: Ricardo Stuckert/PR.