O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, fechou os olhos para a real situação da pandemia da Covid-19 na cidade. Mesmo com números indicando que a rainha da borborema possui a maior taxa de transmissibilidade do novo coronavírus na Paraíba, de 1,15%, o gestor segue colocando a vida do povo em risco se negando a aplicar medidas restritivas eficientes para conter o avanço da doença no município.
Campina Grande ainda tem a maior taxa de letalidade no Estado, de 2,77%, mas nada disso entra na cabeça de Bruno, que vai questionar a classificação da cidade em bandeira laranja junto a membros dos Ministérios Públicos Federal, Estadual e do Trabalho. Para o prefeito, os números estão errados e a avaliação divulgada no Plano Novo Normal está equivocada. O município que ele enxerga possui uma situação “diferenciada”, com leitos disponíveis para o atendimento da população.
Entretanto, no domingo (07), todos os 60 leitos de UTI para tratamento da Covid-19 do Hospital das Clínicas de Campina Grande estavam lotados. Nessa unidade hospitalar, 20 novos leitos foram abertos na quinta-feira (04), que rapidamente foram ocupados pelos infectados. Ao todo, a taxa de ocupação dos leitos de UTI para adultos chega a 79%. Não se pode negar a alta dos números. O que deveria ser feito era adoção de medidas severas para barrar o agravamento dos casos de Covid-19 na cidade. Porém o prefeito parece estar mais preocupado com a realização do “Maior São João do Mundo”.
Sim, Bruno Cunha Lima cogita realizar o festejo em meio a uma pandemia. Ainda que num formato diferente do tradicional, mas ainda numa pandemia, onde não há previsão de vacinas que contemplem toda a população, por inércia do governo federal, apoiado pelo mesmo.
A cidade de Campina Grande é um risco para toda a Paraíba. Não só pelo coronavírus que transita livremente pelo local, infectando campinenses que saem em busca do seu sustento, mas pelo gestor municipal que mesmo com todas as armas em mãos para cuidar da saúde do povo, nega os números da Secretaria de Saúde e segue um populismo que transforma a rainha da Borborema numa incubadora de vírus com alto potencial de ceifar a vida de muita gente.