João Azevêdo, em conjunto com mais 21 governadores brasileiros, devem integrar um “pacto nacional” com o objetivo de articular medidas restritivas e preventivas para controlar o agravamento do pico da pandemia de Covid-19 registrado nas últimas semanas.
Os gestores se reunirão nesta segunda-feira (08), com o ministro da Saúde Eduardo Pazuello, no Rio de Janeiro, além de representantes da Fiocruz, para tratar sobre estratégias de enfrentamento ao vírus e a necessidade de maior agilidade na vacinação.
Segundo o governador do Piauí, Wellington Dias, líder do fórum dos gestores estaduais, cinco governadores ainda não aderiram ao projeto, entretanto, a iniciativa continua em aberto para a adesão destes. Em entrevista à GloboNews, Wellington Dias afirmou que a ideia é promover uma “experiência” de restrições nacionais até o próximo domingo (14), para que o país possa “barrar o coronavírus”.
“Não adianta o meu estado fazer e outro não fazer. Isso é o que chamei de ‘enxugar gelo’, ou seja, a transmissibilidade tem que ser cortada nacionalmente. É claro que o ideal é como fazem outros países, o poder central estar fazendo isso. Os Estados Unidos não faziam na época do Trump, mas estão fazendo agora com o Joe Biden”, citou Dias.
Aumentar vacinação para reduzir colapso
“O objetivo é chegar em abril vacinando 50 milhões, que é esse grupo de maior risco – mais de 60 anos, com comorbidades, indígenas, saúde, idosos em asilo etc –, porque ele responde por 70% das internações e 70% dos óbitos. Ora, se a gente vacina aqui, a gente reduz todo esse limite de colapso a que chegamos”, continuou o governador do Piauí.
No fim de fevereiro, o presidente do fórum já havia antecipado que os governadores pediriam ao governo Jair Bolsonaro que adotasse medidas restritivas em todo o país. Em entrevistas posteriores, Bolsonaro negou a possibilidade de definir lockdown ou ações que restrinjam a movimentação de pessoas.
O grupo, diz Wellington Dias, também deve pedir a laboratórios e organizações internacionais que o Brasil receba prioridade no envio de vacinas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem apontando a gravidade da situação no país.
“É importante a gente acelerar aqui com a Anvisa. A gente não pode ter uma operação de guerra, e a Anvisa com exigências que são próprias de um [período de] normalidade. A Sputnik tem vacina, pode oferecer. Tem a União Química, que produz no Brasil. É o Brasil com seus laboratórios, com cientistas brasileiros – Fiocruz, Butantan e União Química – que vai produzir a maior quantidade, especialmente nessa fase de maior disputa mundial”, afirmou Wellington Dias.
Aderiram ao pacto:
O governador do Alagoas, Renan Filho (MDB);
O governador do Amapá, Waldez Góes (PDT);
O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC);
O governador da Bahia, Rui Costa (PT);
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT);
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB);
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB);
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM);
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB);
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM);
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo);
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB);
O governador da Paraíba, João Azevedo (PSB);
O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD);
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB);
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT);
O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PSC);
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT);
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB);
O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL)
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB);
O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD).
O governador do Acre, Gladson Cameli (PP); o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB); o governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (PSL); o governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL) e o governador de Tocantins, Mauro Carlesse (DEM), ainda não haviam manifestado interesse em ingressar no pacto até às 21h de domingo.
G1