A Organização Mundial de Saúde (OMS) está preocupada com a crise sanitária vista no Brasil. A falta de ações do governo de Jair Bolsonaro para implementar medidas capazes de frear a disseminação do coronavírus no país diante da segunda onda da pandemia gera previsões alarmantes.
Em reuniões fechadas, a OMS prevê que o Brasil possa superar os EUA em contágios e, eventualmente, no número de mortos, ainda neste mês de março.
Desde que foi declarada a pandemia, há um ano, o território americano continua sendo o mais atingido, com 28,2 milhões de casos de pessoas infectadas, seguido por 11,1 milhões na Índia e 10,5 milhões no Brasil. No número de mortos, são 255.720 em território brasileiro, ante 514.657 em solo estadunidense.
Há seis semanas, a OMS vinha registrando queda em novos casos a nível global mas, na última contagem, observou um novo aumento nas infecções em quatro das seis regiões do mundo, com o Brasil em um dos focos de maior alerta.
Na última sexta-feira (26), o chefe de operações da OMS, Mike Ryan, abandonou sua tradicional diplomacia para alertar que o Brasil vivia uma “tragédia” e deveria servir de lição ao mundo de que não há como relaxar medidas de controle.
Segundo apurado, Bolsonaro tem sido tratado como “louco”. A inércia do governo brasileiro está sendo investigada por um grupo independente montado pela OMS para avaliar como diferentes governos e ela mesmo responderam a crise. O resultado do inquérito deve ser publicado em maio.
A variante brasileira também deixa a OMS em alerta. Segundo constatado, há um “apagão” de dados sobre a circulação de novas variantes pelo território nacional, existindo também uma forte suspeita de que o controle sobre quem sai do país infectado ou não é inexistente.
A situação gerou um temor ainda maior depois que estudos indicaram que a variante predominante em Manaus mantinha uma carga de vírus dez vezes superior à cepa original.
Denominada oficialmente como variante P1, a mutação foi primeiro identificado no Japão, em viajantes brasileiros. Hoje, ela já está presente em quase 30 países, número que cresce a cada semana.
Em seu último informe semanal, a OMS deixou claro que o o vírus é predominante em Manaus e em parte da região norte do brasileiro. “Podemos estar no início do caos”, afirmou uma delas, na condição de anonimato.
As informações são de Jamil Chade, no portal Uol nesta terça-feira (02).