Uma reportagem da Folha de São Paulo do último final de semana trouxe um dado curioso. O ex-governador Ricardo Coutinho, apontado como líder da Organização Criminosa descoberta pela Operação Calvário que desviou milhões de reais da Saúde da Paraíba, continua recebendo um gordo salário, no valor de R$ 20 mil, do PSB.
De acordo com a reportagem, a verba viria do Fundo Público Partidário, que custou apenas em 2019 a bagatela de R$ 937 milhões. O Fundo é custeado, em sua maior parte (90% do valor), pelos cofres públicos do país.
Na reportagem, a Folha traz uma análise detalhada das prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral e mostra que, no ano passado, diversos partidos mantiveram a prática de usar verba pública não só para remunerar seus dirigentes, mas também empresas ligadas a eles, amigos, parentes e políticos que fracassaram nas urnas.
Como o PSL, partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu presidente da República, que tem na sua lista de pagamentos funcionárias indiciadas pela Polícia Federal sob suspeita de terem sido candidatas laranja nas eleições de 2018, citados na investigação das “rachadinhas” da Assembleia do Rio de Janeiro e até um amigo de Bolsonaro, que nunca exerceu atividade política partidária.
Já o PT, o maior partido de oposição a Bolsonaro, é o que mais recebe dinheiro do fundo pelo fato de ter obtido o maior número de votos nas eleições para a Câmara em 2018. Um dos maiores fornecedores contratados pelo partido é a Urissanê Comunicação, que recebeu R$ 5,5 milhões em 2019.
Há casos de duas mulheres de políticos da legenda do PROS, também, recebendo R$ 5.000 por mês, além do caso da ex-governadora do Rio de Janeiro Rosinha Garotinho. Ela, que hoje tem uma loja de doces caseiros, figura com salário de R$ 8.500 do partido.
O Republicanos de São Paulo contratou por R$ 133 mil a empresa Iave Assessoria, pertencente a um filiado à sigla.