Mesmo com o foco da sociedade voltado para o combate a pandemia, o pré-candidato a prefeito de Campina Grande pelo PSD, Bruno Cunha Lima pressionou em entrevista nesta semana o prefeito Romero Rodrigues que preside o PSD na Paraíba pela indicação formal do grupo pela disputa pelo paço municipal da Rainha da Borborema. Acontece que até este mês de junho de 2020, o postulante não cobrou da atual gestão explicações sobre o escândalo da ‘Operação Famintos’ que investiga desvios milionários nas licitações para a compra da merenda escolar por uma ‘Orcrim’ na atual gestão, e nem sobre o fim da prática de nepotismo instalada na administração, ou ainda sobre o sobrepreço detectado pelo Ministério Público na compra de equipamentos para o combate ao Covid-19 na cidade.
Na última sexta-feira, 19, o ex-deputado e auxiliar de Romero subiu o tom, cobrou uma posição do prefeito, alegando, inclusive, que filiou-se ao PSD, porque, na época, obteve a garantia de ser o candidato indicado pela legenda para disputar as eleições municipais. “É importante lembrar que foi feito um convite para o PSD e o convite foi aceito. A proposta é inversa, não é que eu só serei candidato se Romero escolher. A proposta é: eu só me filiei porque Romero convidou. Ele e os aliados”, disse Bruno.
Uma grande pergunta que se fala tanto sobre Bruno como também sobre os outros pré-candidatos do grupo de Romero, como seu ex-secretário de Planejamento e deputado Tovar Correia (PSDB), e o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) são os motivos destes não comentarem sobre as investigações que recaem sobre a gestão, a exemplo, do acompanhamento das despesas públicas realizadas durante a pandemia vem sendo realizado pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Terceiro Setor, por determinação da Procuradoria-Geral de Justiça.
A medida faz parte do trabalho do Comitê de Gestão de Crise, criado pelo MPPB em decorrência da crise epidemiológica, e teve como objetivo principal constatar eventuais sobrepreços nas aquisições de produtos, insumos e serviços, de forma a apoiar as promotorias de Justiça na efetiva tutela do patrimônio público. Veja detalhes: http://www.mppb.mp.br/index.php/36-noticias/patrimonio-publico/22381-mppb-analisa-despesas-dos-dez-maiores-municipios-da-pb-com-o-combate-a-covid-19-e-constata-sobrepreco
Tanto Bruno, Tovar e Pedro mantém inúmeros parentes indicados sem concurso na atual gestão municipal de Campina Grande, apesar dos alertas do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) emitidos, recentemente, ao prefeito Romero Rodrigues e seu vice-prefeito Enivaldo Ribeiro, por gastos com pessoal acima do limite, bem como ações que tramitam no poder judiciário e pesam sobre ele por nepotismo e corrupção, o gestor campinense vem, dando continuidade a sua política de contratação de pessoas sem concurso para seus pares, realidade está verificada na contratação sem concurso das irmãs de Tovar Correia Lima (Lorena Alves Correia Lima que ganha R$ 3.942,24 na Secretária de Desenvolvimento e Mayara Alves Correia Lima que ganha R$ 1.200,00 do Fundo Municipal de Saúde). Vale ressaltar que semana passada Romero recebeu mais um alerta do TCE-PB, por estar gastando acima de 54% da Receita Corrente Líquida (RCL) com pessoa, o que fere a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Veja mais: http://www.conexaopb.com.br/single.php?code=25415
Bruno e Pedro que são parentes também mantêm diversos familiares na atual gestão de Romero que chega a ser primo dos dois. Levantamentos feitos no Sagres, revelam mais familiares e pessoas diretas ligadas à família Cunha Lima, recebendo altos salários na Prefeitura Municipal de Campina Grande. Dentre os quais: O filho ex-prefeito de Fagundes Gilberto Dantas e da atual prefeita Magna Madalena Brasil Risucci (Arthur Risucci Dantas) que ganhando R$ 3.388,00. O ex-prefeito de Queimadas Jacó Maciel, ganhando R$ 6.500,00. O cunhado do senador Cássio Cunha Lima (Jackson Alves Azevedo) que ganha R$ 1.100,00. Germana Cunha Lima que é prima do senador Cassio Cunha Lima, ganhando R$ 5,8 mil e o irmão do seu advogado Herbert Targino, o comissionado Hermann Jorge Targino ganhando a bagatela de R$ 4,1 mil.
Outro integrante da família Cunha Lima detectado na folha da PMCG é Bertrand de Figueiredo Cunha Lima, que atua como comissionado no Instituto de Prev. dos Serv. Mun. de Campina Grande, exercendo o cargo de Diretor Econômico Financeiro do instituto e recebendo a quantia mensal de R$ 13.169,82. Bertrand é concunhado do prefeito Romero Rodrigues (PSDB). O atual presidente do IPSEM Antônio Hermano De Oliveira, recebe a quantia de R$ 22.400,00 é casado com a irmã de Romero.
Nepotismo na PMCG – Recentemente foi apresentada ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), uma denúncia de nepotismo, na gestão do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues. Segundo a denúncia, o gestor teria empregado parentes na sua administração, o que fere a legislação vigente.
Famintos – As investigações foram iniciadas a partir de representação junto ao MPF, relatando a ocorrência de irregularidades em licitações na Prefeitura de Campina Grande (PB) mediante a contratação de empresas “de fachada”. Com o aprofundamento dos trabalhos pelos órgãos, constatou-se que desde 2013 ocorreram contratos sucessivos, que atingiram um montante pago de R$ 25 milhões. Dois secretários municipais (Administração e Educação) foram afastados pela Justiça, sendo que a ex-secretária de Educação Iolanda Barbosa que também ex-cunhada do prefeito Romero, foi presa temporariamente.
Cartório dos Cunha Limas – Recentemente uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instalada na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) com objetivo de investigar o suposto nepotismo e irregularidades dentro dos cartórios do Estado. A ‘CPI da Máfia dos Cartórios’ teve seu processo de início ontem (12.11) com a coleta necessária de 12 assinaturas e tal processo pode por fim ao monopólio do tradicional Cartório Ivandro Cunha Lima, único cartório especializado em títulos de Registro de Imóveis de Campina Grande e região.
Monopólio dos Cunha Limas em Campina – Em anos anteriores a proposta da ‘CPI da Máfia dos Cartórios’, não logrou êxito, em parte devido ao não apoio do ex-deputado estadual e atual Chefe de Gabinete da gestão Romero Rodrigues e Enivaldo Ribeiro, Bruno Cunha Lima, que é neto de Ivandro Cunha Lima, titular do Cartório Ivandro Cunha Lima, único cartório especializado em títulos de Registro de Imóveis de Campina Grande e região, localizado na Rua Vidal de Negreiros, 70 – Edifício Nenzinha Cunha Lima, no Centro da cidade, e que além de Ivandro Moura Cunha Lima como titular, tem como substituto, Ivana Borborema Cunha Lima e Marta Cunha Lima de Oliveira. Veja mais: https://seligapb.com.br/politica/apos-decadas-de-monopolio-em-cg-cartorio-da-familia-cunha-lima-deixa-de-ter-exclusividade-na-exploracao-de-registro-de-imoveis
Pedro e suas incoerências – Após admitir a indicação de Evaldo Cruz Neto para a superintendência da Sudene, o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) filho do ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB) afirmou, em emissora de rádio e sites, que foi o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, quem lhe pediu uma indicação. Mas o parlamentar assegurou que mantém sua “independência política” em relação ao governo de Jair Bolsonaro, o que parece uma contradição. Pois, a indicação, sugere que o deputado aderiu às pautas governistas. Detalhe: advogado, Evaldo Cruz Neto é cunhado do parlamentar e, portanto, genro do ex-senador. Outro ponto é que Pedro vem seguidamente votando favorável nas pautas governistas na Câmara, a exemplo, do seu voto favorável pela Reforma da Previdência.
Entenda o passado de Cássio na Sudene – Em pesquisa realizada pela própria Sudene em 1992 também ficou patente a tendência já apontada de privilegiar as grandes indústrias, com destaque para o setor químico e metalúrgico, em geral com capital vindo de fora da região. De acordo ainda com esses dados acionistas do sudeste controlavam 50% do capital social das empresas beneficiadas pela Sudene, enquanto o capital local detinha 39%.
Em 1993, uma auditoria do Tribunal de Contas novamente indicou a existência de casos de corrupção envolvendo a Sudene, que na época era presidida por Cássio Cunha Lima (PMDB-PB). Essas denúncias repercutiram na imprensa, o que teria provocado, inclusive, uma tentativa de assassinato. Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB), acreditando que a fonte das denúncias era o ex-governador da Paraíba, Tarcísio de Miranda Burity, tentou matá-lo no dia 5 de agosto de 1993. Nove anos depois os sócios da empresa Sampa S/A foram condenados à pena de reclusão pela Justiça Federal por terem participado de um esquema que desviou mais de meio milhão de reais justamente durante a gestão de Cássio Cunha Lima.
Em janeiro de 1994, Cassio Cunha Lima foi afastado da Sudene, tendo sido substituído pelo General Nilton Moreira Rodrigues, cuja gestão do General foi marcada por uma tentativa de moralização. Veja mais clicando: https://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/superintendencia-do-desenvolvimento-do-nordeste-sudene
Outras incoerências de Pedro Cunha Lima – Pedro vem se manifestando na Câmara dos Deputados desde seu primeiro mandato, como um parlamentar contra os privilégios, porém esquece que sua família é recheada de regalias, que vão desde seu pai o ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB) que recebia, um total, R$ 57,2 mil, entre salário do Congresso e pensão como ex-governador da Paraíba, algo muito criticado pelos brasileiros, a inúmeras indicações de familiares e amigos em cargos públicos sem concurso. O acúmulo de vencimentos de Cássio já foi destaque diversas vezes na mídia nacional, como nessa matéria no G1 no link: https://goo.gl/jHmhHo. O governo da Paraíba tem uma despesa anual de R$ 2,5 milhões com pensões vitalícias para ex-governadores e viúvas.
Escândalo nacional – Em agosto de 2017, a família Cunha Lima, foi destaque nacional, em matéria do portal Congresso em Foco, devido à grande quantidade de parentes sem concurso no serviço público. (Confira a matéria no link: https://goo.gl/fkNppu). Na matéria traz a família Cunha Lima como um dos grupos que mais tentam sobreviver da política.