A comunidade judaica reagiu a uma postagem feita pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, no Twitter, que associou a operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal no inquérito das fake news ao nazismo.
Em seu Twitter, Weintraub disse que a operação que investiga ataques a integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) realizada ontem pela PF será lembrada como a Noite dos Cristais brasileira.
A Noite dos Cristais foi uma das primeiras ações violentas contra os judeus cometida pelos nazistas nos dias 9 e 10 de novembro de 1938.
Foram alvo da operação aliados do presidente Jair Bolsonaro, entre políticos e empresários. Ao todo, foram expedidos 29 mandados de busca e apreensão pelo ministro Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito.
A Confederação Israelita do Brasil condenou a comparação que o ministro da Educação fez do inquérito do STF com a Noite dos Cristais. Veja a íntegra do texto publicado no site da confederação:
“Não há comparação possível entre a Noite dos Cristais, perpetrada pelos nazistas em 1938, e as ações decorrentes de decisão judicial no inquérito do STF, que investiga fake news no Brasil. A Noite dos Cristais, realizada por forças paramilitares nazistas e seus simpatizantes, resultou na morte de centenas de judeus inocentes, na destruição de mais de 250 sinagogas, na depredação de milhares de estabelecimentos comerciais judaicos e no encarceramento e deportação a campos de concentração. As ações do inquérito, por sua vez, se dão dentro do ordenamento jurídico, assegurado o direito de defesa, ao qual as vítimas do nazismo não tinham acesso. A comparação feita pelo ministro Abraham Weintraub é, portanto, totalmente descabida e inoportuna, minimizando de forma inaceitável aqueles terríveis acontecimentos, início da marcha nazista que culminou na morte de 6 milhões de judeus, além de outras minorias.”
O coletivo Judeus pela Democracia também criticou a associação feita por Weintraub. “A ação a mando do STF visa buscar quem financia Fake News e evitar novos linchamentos virtuais. A Noite dos Cristais não foi virtual, mas foi o linchamento real a judeus”, escreveu o coletivo em seu perfil no Twitter.
A informação é do UOL