O Ministério da Saúde afirmou, na tarde de hoje, que não deve recuar no protocolo de uso de cloroquina e hidroxicloroquina em tratamento para o novo coronavírus no Brasil. A pasta respondia a um questionamento que levantava a suspensão de testes, por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), com as medicações em tratamentos para covid-19.
“Não haverá qualquer modificação na nota divulgada no último dia 20”, declarou Mayra Pinheiro, Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, durante entrevista coletiva concedida nesta tarde no Palácio do Planalto. Ela se referia ao protocolo divulgado pela pasta para o uso da medicação, na última semana. O texto chegou a citar o uso em casos leves ou mesmo preventivos de covid.
Por que a OMS suspendeu testes com cloroquina?
Segundo a organização, o objetivo é reavaliar sua segurança antes de retomar as pesquisas.
A decisão ocorre depois de a revista científica Lancet ter publicado pesquisa com 96 mil pessoas internadas com coronavírus em 671 hospitais de seis continentes mostrando que o uso de hidroxicloroquina e cloroquina estava ligado a um risco maior de arritmia e de morte.
Cientistas de universidades como Harvard (EUA) e Heart Center (Suíça), responsáveis pelo estudo, também constataram que não houve benefício no uso das drogas após o diagnóstico de covid-19.
Nos últimos dois meses, a OMS vem coordenando o estudo internacional Solidarity em 18 países para avaliar a segurança e a eficácia de diferentes drogas para combater o coronavírus.
Além de hidroxicloroquina, medicamentos como cloroquina, remdesivir, lopinavir com ritonavir e essas duas drogas combinadas com interferon beta-1a estão sendo testados.
De acordo com a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, a suspensão dos estudos sobre a hidroxicloroquina foi feito por precaução, devido ao fato de o estudo da Lancet ter sido feito com um número expressivo de pacientes e após questionamentos feitos por agências de saúde de vários países.
Segundo ela, será feita uma revisão e o conselho do Solidarity, formado por dez dos países participantes (o Brasil não faz parte da lista) vai decidir, nas próximas duas semanas, se retoma ou não os estudos com a droga.
Seja qual for o resultado, a OMS diz que, por enquanto, cloroquina e hidroxicloroquina só devem ser usadas em experimentos, em hospitais e sob supervisão médica.
Com informações do UOL e da BBC News Brasil