O ministro da Justiça, Sergio Moro, disse em não foi dele a decisão de abrir inquérito contra artistas de um coletivo de rock de Belém, “mas poderia ter sido”.
Os organizadores de um evento de punk chamado Facada Fest são investigados por supostos crimes contra a honra do presidente Jair Bolsonaro, além de apologia ao homicídio.
No centro da investigação estão os cartazes usados pelo festival, que ocorre na capital paraense desde 2017. Num deles, divulgado para a edição do ano passado, Bolsonaro é representado pelo palhaço Bozo, que é empalado por um lápis.
Em outro, o presidente aparece vomitando fezes sobre uma floresta, com um bigode de Hitler, uma cueca com a bandeira americana e uma arma na mão.
Membros de bandas como THC, Delinquentes, Filhux Ezkrotuz e produtores do evento, o grupo de artistas foi interrogado nesta quinta-feira (27), pela Polícia Federal, em Belém.
Moro diz que se surpreende com “essa crítica [reportagem] da FSP ao inquérito”. “Publicar cartazes ou anúncios com o PR [presidente da República] ou qualquer cidadão empalado ou esfaqueado não pode ser considerado liberdade de expressão. É apologia a crime, além de ofensivo.”
“Se fosse outro agente polÃtico ou outra pessoa concreta, estariam liberadas a ofensa ou a apologia ao crime? Crítica é uma coisa, isso é algo diferente”. O ministro então diz que não se trata de “simples ‘cartazes anti-Bolsonaro’ como falsamente afirma o título da matéria”.
A informação é da Folha de São Paulo