O ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, destacou ontem (17) o que ele chamou de “resultados expressivos” da Polícia Federal na Paraíba no combate à corrupção e ao crime organizado. E citou nominalmente as operações Xeque-Mate, Pés de Barro e Calvário como “exemplos expressos” do bom trabalho que vem sendo realizados em território paraibano, porém por esquecimento ou não, não citou a ‘Operação Famintos’, considerada a ‘Lava-Jato da Paraíba’, devido ao tamanho e ramificações que vem obtendo, onde investiga a formação de uma ‘Orcrim da Merenda’, responsável por supostos desvios milionários na contratação de merenda escolar na gestão do prefeito Romero Rodrigues (PSD) e do seu vice-prefeito Enivaldo Ribeiro (PP).
As declarações de Moro foram dadas em uma entrevista coletiva, na sede da PF em João Pessoa, e confirmada pela assessoria de imprensa da instituição menos de duas horas antes do horário marcado. A viagem à capital paraibana não constava na agenda oficial do ministro. “O objetivo principal da minha viagem é prestigiar o trabalho feito na Paraíba, que vem conseguindo resultados impressionantes. A Polícia Federal tem total autonomia e independência, mas pede-se foco no combate à corrupção e na criminalização organizada e a Paraíba tem se destacado no enfrentamento e nas investigações desses casos”, comentou o ministro, que citou a Operação Calvário, Xeque-Mate, Pés de Barro, mas esqueceu de citar a ‘Operação Famintos’ que investiga aliados do presidente Jair Bolsonaro, que são o prefeito Romero Rodrigues (PSD) e do seu vice-prefeito Enivaldo Ribeiro (PP).
Famintos – As investigações foram iniciadas a partir de representação junto ao MPF, relatando a ocorrência de irregularidades em licitações na Prefeitura de Campina Grande (PB) mediante a contratação de empresas “de fachada”. Com o aprofundamento dos trabalhos pelos órgãos, constatou-se que desde 2013 ocorreram contratos sucessivos, que atingiram um montante pago de R$ 25 milhões. Dois secretários municipais (Administração e Educação) foram afastados pela Justiça, sendo que a ex-secretária de Educação Iolanda Barbosa que também ex-cunhada do prefeito Romero, foi presa temporariamente.
A CGU, durante auditoria realizada para avaliar a execução do PNAE no município, detectou um prejuízo de cerca de R$ 2,3 milhões, decorrentes de pagamentos por serviços não prestados ou aquisições de gêneros alimentícios em duplicidade no período de janeiro de 2018 a março de 2019.
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A Segunda fase da Operação Famintos teve como foco contratos firmados diretamente entre empresas – que seriam de fachada – e as escolas municipais. São investigados crimes como fraude em licitações, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e de corrupção na aquisição de gêneros alimentícios e merenda escolar. Oito pessoas foram presas. Até agora 16 pessoas já foram denunciadas pelo MPF à Justiça, por envolvimento no suposto ‘esquema’.
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Foi deflagrada no mês de setembro deste ano a terceira fase da ‘Operação Famintos’, em Campina Grande, pela Polícia Federal, que investiga fraudes nas verbas da merenda. Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, um de prisão temporários e três de busca e apreensão. O objetivo da terceira fase foi dar continuidade às investigações para combater fraudes em licitações, superfaturamento de contratos administrativos, corrupção e organização criminosa. A operação contou com a participação de 20 policiais federais. As ordem foram expedidas pela 4ª Vara Federal de Campina Grande. Veja detalhes: https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2019/09/26/pf-cumpre-mandados-de-prisao-e-busca-e-apreensao-em-3a-fase-da-operacao-famintos-na-paraiba.ghtml
Redação