O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência e ex-braço-direito de Jair Bolsonaro, Gustavo Bebianno, negou ter feito um dossiê que acabou tirando o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) da condição de candidato a vice-presidente em sua chapa em 2018 pela possível homossexualidade do parlamentar. A declaração foi feita após Bolsonaro atribuir ao ex-secretário a autoria do documento.
Em vídeo divulgado nesta noite, Bebianno desafiou o presidente a se submeter, com ele, a um detector de mentiras. “Eu de um lado, o senhor do outro. Vamos ver quem é o mentiroso? Está aqui feito o desafio. Quero ver se o senhor aceita”, provocou.
Na gravação, Bebianno diz que o presidente tem “prazer sórdido” em fazer acusações contra as pessoas e usa do mandato para atacá-las. “Gostaria de desafiar o senhor presidente a comprovar essa mentira. Gostaria que tivesse a coragem de dizer isso olhando nos meus olhos, que sempre fui correto e leal o tempo inteiro, fiz das tripas coração para ajudá-lo a chegar à Presidência da República”, disse o ex-secretário.
Ainda no vídeo, Bebianno afirma que tomou conhecimento da existência do dossiê pelo próprio Bolsonaro, que lhe telefonou – segundo o ex-ministro – por volta das 4h30 da madrugada de sábado para domingo (5 de agosto de 2018), último dia para registro da chapa. “Disse que tinha foto dele participando de festa gay, baile de máscara gay, além de envolvimento com gangues de briga de rua, que agrediam mendigos. Uma história tão baixa, surreal e esquisita, que acordei atordoado, suruba, príncipe…”, relatou.
De acordo com o ex-presidente do PSL, Bolsonaro lhe contou ter recebido o material de um delegado da Polícia Federal e de um coronel do Exército, sem mencionar os nomes, e que, por isso, decidira registrar Mourão no domingo.
Da redação com Congresso em Foco