Os cargos no Congresso sob o comando da família Bolsonaro somam, por mês, quase R$ 1 milhão em salários. A informação é do site Estadão e confirma dados obtidos por meio de um áudio do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz. Ao todo, o senador Flávio e o deputado Eduardo Bolsonaro têm 116 pessoas nomeadas nas estruturas do Congresso, somando as vagas nos gabinetes ou relacionadas a funções de comando que os dois exercem.
Em áudios divulgados pelo jornal O Globo, Queiroz indica caminhos para nomeações no Congresso. De acordo com a publicação, a mensagem foi enviada em junho – seis meses depois que o Estado revelou que o ex-assessor foi citado em relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, agora Unidade de Inteligência Financeira) por movimentações atípicas em sua conta.
O Estado mapeou os cargos e os salários nos gabinetes dos dois filhos de Bolsonaro e, também, em postos chaves que cada um ocupa como, no caso de Eduardo, a Liderança do PSL e a Comissão de Relações Exteriores (Creden) da Câmara. Já Flávio tem aliados nomeados na Terceira Secretaria do Senado, que comanda, além dos gabinetes de Brasília e do Rio de Janeiro. O levantamento contabilizou os cargos que dependem exclusivamente da vontade dos dois parlamentares.
No áudio, Queiroz cita mais “de 500 cargos” na Câmara e no Senado. “Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles em nada. ’20 continho’ aí para gente caía bem pra c*.”
Ele cita ainda o gabinete do ex-chefe. “O gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores lá para conversar com ele. Faz fila. É só chegar: ‘Meu irmão, nomeia fulano para trabalhar contigo aí’. Salariozinho bom, para a gente que é pai de família, p* que pariu, cai igual uma uva.”
O salário de ’20 continho’, porém, não é para todo mundo. Com Flávio, 9 das 29 pessoas nomeadas por ele ganha igual ou mais do que isso.
Da redação com Terra