Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, enviou carta ao jornal Folha de S.Paulo onde reafirma as acusações que fez contra o ex-presidente Lula no caso tríplex de Guarujá (SP).
“Afirmo categoricamente que nunca mudei ou criei versão, e nunca fui ameaçado ou pressionado pela Polícia Federal ou Ministério Público Federal”, escreveu o ex-presidente da empreiteira.
O depoimento de Pinheiro foi chave para a condenação do ex-presidente. Lula cumpre pena de 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por conta do caso. A OAS foi a responsável pelas reformas no apartamento tríplex atribuído ao petista.
No documento, Leo Pinheiro narra: “A minha opção pela colaboração premiada se deu em meados de 2016, quando estava em liberdade e não preso pela Operação Lava Jato. Assim, não optei pela delação por pressão das autoridades, mas sim como uma forma de passar a limpo erros”. À época, o empreiteiro já tinha sido condenado a 16 anos de prisão por ter pago propina a dirigentes da estatal. Inicialmente, a delação foi rejeitada.
Segundo trecho de mensagens do aplicativo Telegram divulgadas pela Folha, os procuradores do MPF (Ministério Público Federal) só teriam dado crédito ao empreiteiro após ele mudar a versão sobre as reformas do tríplex. Em abril de 2017, Pinheiro adotou a versão de que as reformas para Lula tinham o objetivo de garantir os contratos com a estatal. A defesa do ex-presidente Lula sustenta que Pinheiro passou a incriminar o petista para obter vantagens no acordo de delação.
“A primeira vez que fui ouvido por uma autoridade sobre o caso denominado como tríplex foi no dia 20 de abril de 2017, perante o juiz federal Sergio Moro”, escreveu o ex-presidente da OAS na carta.
“O apartamento nunca tinha sido colocado à venda porque o ex-presidente Lula era seu real proprietário”, escreveu, relembrando o que afirmou a Moro no depoimento. “Preciso dizer que as reformas não foram 1 presente”, reafirma.
O ex-executivo escreveu ainda que seu “compromisso com a verdade é irrestrito e total”. “Não sou mentiroso nem vítima de coação alguma”, afirma.
No caso do tríplex, Pinheiro obteve progressão para o regime semiaberto após o cumprimento de 2 anos e 6 meses no regime fechado..