A confirmação do primeiro caso do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil completa um mês nesta quinta-feira (26). Desde aquele registro inicial, o país chegou a mais de 2,5 mil infectados e ultrapassou a marca de 60 mortos, de acordo com as secretarias estaduais de Saúde.
O primeiro óbito foi contabilizado em 17 de março. No dia anterior, Estados como Rio de Janeiro e São Paulo haviam adotado restrição de serviços e de circulação de pessoas para tentar conter a pandemia da Covid-19.
Tais medidas já tinham sido colocadas em prática – em maior ou menor grau – em outros países largamente afetados:
- China – onde Covid-19 surgiu; o país enviou alerta à OMS em 31 de dezembro, e no início do mês seguinte a doença era tratada como pneumonia misteriosa
- Coreia do Sul – registrou os primeiros casos em 20 de janeiro e é considerada bom exemplo na contenção da Covid-19
- Estados Unidos – confirmou o primeiro caso em 22 de janeiro, e os registros só dispararam em março. Agora, o país se prepara para um “cenário sombrio”, segundo especialistas
- Itália – confirmou os primeiros casos em 31 de janeiro e desde então somou mais de 8 mil mortes (maior registro de óbitos do mundo)
Em nenhum desses países, o pico de contágio ocorreu antes que se completasse um mês de coronavírus. Veja a tabela abaixo:
Evolução do coronavírus nos países
País | Infectados após 1 mês | Mortes após 1 mês | Infectados até 25/03 | Mortes até 25/03 |
China | 9.802 | 213 | 81.661 | 3.285 |
Coreia do Sul | 104 | 1 | 9.137 | 126 |
Estados Unidos | 15 | 0 | 65.778 | 1.041 |
Itália | 1.694 | 29 | 74.386 | 7.503 |
Brasil* | 2.555 | 59 | 2.555 | 59 |
Os números de cada um mostram que, apesar de haver algumas variações de cenário, a tendência é que a “explosão” de infecções se verifique apenas em um período posterior aos primeiros 30 dias.
O infográfico abaixo mostra um comparativo dos 30 dias iniciais de coronavírus no Brasil com o período correspondente na China, Coreia do Sul, Estados Unidos e Itália.
Considerando esses quatro países, o Brasil perde apenas para a China no número de infectados um mês após o registro do primeiro caso.Os dados são da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que fornece registros a partir de 22 de janeiro.
Pesquisadores que acompanham o surto de coronavírus pelo mundo fazem a ressalva de que o índice de casos confirmados nesses países depende da política de testes adotada em cada um deles – e também da quantidade de equipamentos à disposição.
Os estudiosos avaliam, no entanto, que os dados coletados permitem apontar uma tendência: o agravamento do surto de contaminação não se verificou em fase anterior ao trigésimo dia após a chegada do Sars-CoV-2 a esses locais.
A informação é do G1