Para o deputado federal Julian Lemos (PSL), a facada sofrida por Jair Bolsonaro (sem partido) foi o elemento crucial para garantir a vitória do presidente nas eleições de 2018. Em entrevista ao programa Frente a Frente, da TV Arapuan, o parlamentar, que acompanhou de perto a campanha do então presidenciável, lembrou que Bolsonaro tinha bastante receio de enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no pleito eleitoral.
Julian afirma que a disputa eleitoral de 2018 foi decidida após o episódio da facada, pois uma considerável parte do eleitorado se compadeceu do fato e definiu seu voto. “A eleição se decidiu ali. O próprio Bolsonaro dizia que não precisava fazer mais nada”, recorda.
O deputado ainda frisa que a eleição foi vencida com diferença de apenas 10 milhões de votos e que uma parcela desses votantes se encaixa no perfil de oposicionista ao PT, classificando o voto em Bolsonaro como “voto de vingança”.
O vice-presidente nacional do PSL também acredita que, ao menos, a metade dos brasileiros que escolheram o atual presidente em 2018 não deverá repetir o voto. “Uma das coisas que Rodrigo Maia falou que ele tem razão: que Bolsonaro é o resultado dos erros da classe política”, pontua. Na entrevista, Lemos ainda salienta que o atual chefe do Executivo “se tremia de medo de Lula concorrer às eleições”.
Em sua avaliação pessoal, Julian acredita que Bolsonaro será o presidente mais traído da história, superando Dilma Rousseff. Ele cita que os parlamentares aliados do governo, muitos deles do centrão, vão deixá-lo no meio do processo eleitoral de 2022 ao migrarem para outras candidaturas, provocando a derrocada do presidente.
O deputado federal, que em 2018 foi um dos principais nomes do bolsonarismo, questiona a competência do atual mandatário e declara que “o presidente Jair Bolsonaro não chega nem perto da qualificação de Sergio Moro”. Julian diz que Bolsonaro só sabia proferir frases de efeito e não gosta de ler, ao contrário do ex-juiz.
“Bolsonaro ficava repetindo algumas coisas, entre elas, a questão do armamento e que o Brasil não poderia virar uma Venezuela, mas foi o pior presidente da história para a segurança pública, pode perguntar aos policiais”, criticou. Mesmo sendo contrário ao modelo de gestão do PT, o parlamentar reconhece que a categoria era mais valorizada na época em que o partido estava no poder. “Hoje o policial não tem o que comemorar”, completou.