O volume de vendas no comércio varejista na Paraíba apresentou queda de 1% em agosto comparado ao mesmo período do ano passado, registrando índice semelhante ao do país (-1,1%). Na comparação de agosto sobre julho, o varejo registrou alta de 3,8%, após ter amargado forte queda em julho de 8,5% sobre o mês anterior.
Com o desempenho negativo de agosto, o comércio paraibano acumula nos oito meses do ano, alta mais tímida (2,9%), no mesmo patamar do nacional (2,9%). No entanto, a Paraíba ocupa a 7ª posição no ranking dos Estados do Nordeste no acumulado dos meses, ficando à frente apenas de Piauí (2,2%) e Sergipe (1%). Os primeiros colocados nesta lista estão Maranhão (7%), Ceará (6,9%), Alagoas (6,5%), Bahia (5,9%), Pernambuco (3,7%) e Rio Grande do Norte (3,3%).
Para a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB) os índices são reflexos da economia nacional e de outros fatores. “A retração em agosto é um reflexo da situação de pouco crescimento do país, que passa por uma pequena recessão. O período eleitoral também mexe com o consumidor, porque gera expectativa para o futuro. O fator seca nos agride também diretamente”, afirmou o presidente eleito da FCDL-PB, José Lopes da Silva Neto.
Segundo ele, para o setor registrar melhoria deve haver investimentos por parte dos gestores públicos. “O governo tem que se preocupar em trazer empresas para o Estado para gerar mais emprego e renda localmente e ainda investir no turismo. A Paraíba tem que se fortalecer de qualquer forma”, frisou José Lopes.
Para o vice-presidente eleito da FCDL-PB, Robério Arnaud, o período de Eleição é muito conturbado e influencia no comércio. “Há muito funcionário público que não tem estabilidade e vive um período de incertezas retraindo as compras. Além disso o povo está inseguro com relação a problemas estruturais da economia do país. Estamos vendo o monstro da inflação voltar aos poucos e tudo isso reflete na ponta aqui em baixo”.
SETOR ESPERA ALTA DE 4%
Após dois meses de retração, o comércio do país registrou crescimento de 1,1% em agosto, na comparação com julho, num primeiro sinal de melhora do nível de atividade do setor.
Em relação a agosto de 2013, o varejo mostrou uma queda 1,1%. Já nos oito primeiros meses deste ano, o setor acumula uma alta de 2,9%.
Com esse cenário, especialistas esperam alta da ordem de 4% neste ano, num ritmo inferior ao dos anos anteriores.
Apesar da retomada em agosto, o varejo sofre neste ano com a menor disposição dos consumidores de irem às compras, num ambiente de juros maiores, inadimplência elevada, freada do emprego e da renda e preços mais altos.
De julho para agosto, a reação do comércio ocorreu de forma quase generalizada: oito das dez atividades pesquisadas apresentaram variações positivas. Os destaques positivos ficaram os setores de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (7,5%) e tecidos, vestuário e calçados (3,2%), artigos farmacêuticos, médicos, de perfumaria e cosméticos (2,5%).
JP