Ao contrário dos escribas amamentados pelo peitinho agridoce do Palácio da Redenção, não vejo desconforto na posição do prefeito Veneziano, nem muito menos conforto na posição do preposto de senador Cássio Cunha Lima no que se refere a essa pesquisa publicada pelo Jornal da Paraíba.
Cássio anunciou com todas as letras que o seu candidato é Romero Rodrigues, primo legítimo, desprovido, no entanto, do mesmo carisma familiar. A pesquisa foi aplicada após o anúncio e mesmo assim Romero não foi ao paraíso, como esperavam muitos, deixando que todos vissem que ser o favorito de Cássio não é ser o favorito do grupo, muito menos dos apaixonados pela franja do senador.
Veneziano, ao contrário, mantém-se em silêncio e democraticamente escolheu o critério da pesquisa para definir ainda este ano quem será o seu sucessor.
Quem acha que os votos de Rômulo e Diogo vão migrar para Romero pode ter uma grande surpresa lá na frente, pois o fã frustrado pode decidir aplicar o voto útil e nesse caso Daniella pode ser a real beneficiária da falta de sal do candidato de Cássio.
Daniella, aliás, não passa também de uma expectativa e muitos eleitores que hoje estão declarando a intenção de voto nela amanhã poderão mudar de opinião, caso discordem dos rumos de sua campanha ou descubram que Veneziano prefere outro nome.
Nesse contexto, com Cássio sem nenhuma novidade a acrescentar e o grupo Ribeiro em stand by avaliando a conjuntura, quem da às cartas a partir de agora é o prefeito Veneziano, do alto de sua excelente avaliação administrativa, com uma saraivada de obras para entregar, e com aquele carisma do “cabeludo no meio da multidão”.
A espera do “eu te abençôo” de Vené estão Tatiana, Alex, Metuzelá, Walter Brito e Zé Luiz, todos do PMDB, que terá candidato em qualquer hipótese, pois não faz sentido o partido do prefeito não ter candidato próprio.
Correndo por fora e com chances de sucesso ainda estão Guilherme Almeida e Alexandre, ambos senhores do seu destino, pois são de partidos diferentes.
Acho muito cedo para dizer isso ou aquilo, mas o que me deixou de orelha em pé mesmo foi o fato de Cássio ter anunciado Romero e ele não ter disparado.
Espoletas e fogos de artifício a parte, olhos voltados para a decisão de Veneziano já anunciada para dezembro e que dizem ser de grosso calibre.
Àquele rapaz assodado e ávido para agradar ao rei, eu digo: pesquisa é fotografia do instante e tudo em um segundo pode mudar.
Como diria Lulu Santos, nada do que foi será do jeito que já foi um dia…