Talvez não tenha ainda percebido, mas a imprensa paraibana empurrou Cássio para uma sinuca de bico. Passional como um dia foi o pai naquele episódio do Campestre, ele embarcou por vaidade e computará estrago em sua trajetória seja qual for a decisão que tomar.
Ficando com Ricardo, ele cairá em desgraça e não conseguirá transferir os votos que represa hoje como opção de voto útil, pois mais de dois terços são de quem não votaria em RC de jeito nenhum.
Rompendo com Ricardo, além de virar alvo da ira e artilharia pesada, terá que fazer mágica para encontrar um discurso plausível e modificar a Lei Popular Ficha Limpa para ter o registro deferido pelo TSE.
Em todo caso, caberá a oposição formatar seu discurso, escalar o melhor time e não temer a máquina de uma gestão impopular ou o já ganhou de um líder que bateu no teto e começou a curva descendente.
Cássio, no auge de sua popularidade, quase perde para Roberto Paulino e por apenas 5 mil votos virou governador. Com a máquina na mão ele recorreu a expedientes vedados para vencer Zé Maranhão e mesmo asim por apenas 15 mil votos.
Tenho observado com especial atenção que se de um lado o bloco governista se parte em dois, gerando um candidato oficial, RC, e outro dissidente, Cássio, o bloco oposicionista caminha para marchar unido em torno da candidatura de Veneziano.
E, cá pra nós, numa eleição somar é sempre melhor do que dividir.