Efeito da crise ou insistência dos executivos chefes das montadoras em continuar tendo lucros absurdamente altos?
É fato que carro no Brasil é muito caro, mas, por incrível que pareça, apesar dos preços exorbitantes, as vendas de automóveis sempre vão bem aqui. E, apesar da produção diminuir, o setor deve registrar mais um ano com recorde de vendas. Ou seja, nós brasileiros, não sabemos viver sem carro novo, nem que tenhamos de pagar caro para isso.
Confira na matéria abaixo
A produção anual de veículos no Brasil vai cair pela primeira vez em dez anos, segundo projeção da Anfavea (associação das montadoras) divulgada nesta sexta-feira (7).
Depois de sustentar uma previsão de alta de 2% até o mês passado, a entidade agora projeta para 2012 um recuo de 1,5% na produção.
Entre janeiro e novembro, foram produzidos 3,083 milhões de veículos no Brasil, número 2,1% inferior ao do mesmo período do ano passado.
As montadoras fabricaram 301,7 mil unidades em novembro, 5,3% a menos do que em outubro, mas, 10,5% a mais do que no mesmo mês de 2011.
Em dezembro, as fábricas devem elevar o nível de produção. Algumas empresas já anunciaram a suspensão das férias coletivas, tradicionalmente previstas para meados de dezembro.
O intuito é fazer frente à demanda de um mercado ainda aquecido pelo IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido.
Vendas
Apesar da queda na produção, o setor deve registrar mais um ano com recorde de vendas e crescimento bem superior ao PIB (Produto Interno Bruto). A expectativa da Anfavea é terminar o ano com alta de 4,9% nas vendas, ante crescimento estimado em cerca de 1% para toda a economia brasileira.
Em novembro, as vendas caíram 3% na comparação com 2011, afetadas principalmente pelos feriados e pela antecipação das compras em outubro, quando acabaria o benefício do IPI reduzido –ele foi prorrogado pela segunda vez até 31 de dezembro.
No acumulado do ano, porém, as vendas registram alta de 4,8% (3,442 milhões de unidades).
A expectativa é que o fenômeno da corrida dos consumidores às concessionárias se repita no último mês do ano devido ao fim do IPI e à injeção do 13º salário na economia, resultando em um mês com forte volume de vendas.
“Temos que trabalhar para chegar nesses números. Não é só fazer a projeção”, diz o presidente da entidade, Cledorvino Belini. Ele descarta uma nova prorrogação do IPI reduzido a partir de janeiro. Para 2013, a previsão é que os negócios cresçam 4% ante 2012.
Fonte: Folha de São Paulo