A precariedade do futebol paraibano ‘caiu na boca’ da mídia nacional. O jornal O Globo, na sua página esportiva LancePress, trouxe um artigo onde afirma que os jogadores da Paraíba só conseguem se destacar se jogarem fora do estado. O texto faz uma análise de como anda o esporte por aqui e mostra que o amadorismo predomina.
Confira o artigo na íntegra:
Quantos jogadores paraibanos você conhece? Hulk, Júnior, Marcelinho Paraíba, Durval e quem mais? Por qual motivo os nomes dos jogadores paraibanos não estão na ponta da língua dos brasileiros?
A precariedade do Campeonato Paraibano e o amadorismo que ainda é predominante no futebol local não permitem que os filhos da terra tenham destaque nacional. O caso de Givanildo Vieira de Sousa, o Hulk, é uma prova disso. Ignorado pelos clubes locais, ele precisou jogar em outros estados e ganhar destaque no Japão e em Portugal para obter reconhecimento. Após a transação milionária para o Zenit da Rússia e algumas convocações para a Seleção Brasileira, Hulk caiu nas graças da torcida.
No estado, é comum trazer atletas de outras localidades, pois muitos garotos paraibanos desistem no meio do caminho. Os clubes de Campina Grande, agreste da Paraíba, a 120 km da capital João Pessoa, não oferecem mais as categorias de base. A preferência é focar no time principal e trazer jogadores para compor o elenco. Os poucos que sobraram do tempo das famosas ‘escolinhas’ nos dois maiores clubes da cidade só aparecem de vez em quando na lista dos convocados para as partidas. Emanuel Sousa, o Birungueta, é um exemplo.
Birungueta, mais uma promessa que sai da Paraíba para tentar o sucesso no futebol (Foto: Divulgação)
O atleta chegou ao Treze Futebol Clube ainda menino, com 13 anos, em 2006 e permaneceu até o final da temporada 2014, quando precisou de um espaço maior para mostrar o seu trabalho. Não foram tempos fáceis para chegar até o profissional. Birungueta conta que passou cinco anos esperando jogar uma partida oficial como atleta profissional
– Com 17 anos subi para o profissional onde passei mais quatro anos. Porém, a minha primeira partida com a camisa do Treze no profissional só foi em 2012.
A falta de valorização do atleta local provoca diversas reações nos jovens garotos, quem veem no futebol a realização de um sonho e a possibilidade de galgar uma condição de vida melhor. Alguns, como Hulk, saem da Paraíba ainda garotos para se aventurar no futebol de outros estados. Outros jovens não conseguem jogar fora do estado e não têm oportunidade na casa. Por isso, abandonam o futebol. Birungueta conta que são comuns as desistências dos atletas nessa fase:
– Sempre me esforcei, persevero no meu sonho e consegui (realizá-lo), mas outros amigos não aguentaram as dificuldades e desistiram dos seus sonhos.
E MAIS:
Seguindo a contramão dos poucos jovens atletas que ainda conseguem um destaque maior, Birungueta irá defender as cores do Linense no interior de São Paulo.
– O Linense me abriu as portas e minha expectativa é a melhor possível: fazer um grande Campeonato Paulista e me destacar.
Em 2015 Birungueta vai disputar a Série A do Campeonato Paulista de Futebol, um campeonato bem diferente do Paraibano, onde diversas partidas foram remarcadas devido às más condições dos estádios e a outros fatores que marcam o amadorismo no âmbito local.
BG