Portadores de câncer na Paraíba estão tendo dificuldades no acesso a medicamentos indispensáveis para o combate à doença. Segundo relatos, o fato acontece há cerca de 4 meses e os tratamentos dos pacientes estão parados, visto que o remédio chega a custar até R$ 7 mil. A diretoria do Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (Cedmex) da Secretaria de Estado da Saúde (SES), responsável pela distribuição dos medicamentos, garantiu que o problema será resolvido e os medicamentos começarão a ser entregues aos pacientes hoje.
Um dos medicamentos que está em falta é o Avastin. Ele é indicado em casos de câncer avançado em estado de metástase e recorrentes, sendo responsável pela diminuição da vascularização dos tumores, inibindo o seu crescimento.
Conforme sua bula, é um medicamento que tem ação imediata, apresentando, bons resultados para o tratamento dos pacientes.
E isso vinha sendo observado no caso do militar reformado José Gomes, 71 anos, que luta contra um câncer no pâncreas e iniciou o tratamento em janeiro deste ano. Sua esposa, a dona de casa Marinalva Gomes, é quem luta para conseguir os medicamentos e dar andamento ao tratamento.
“Ele fez uma biópsia e confirmou o câncer no pâncreas. Começamos o tratamento em janeiro com o Avastin, passado pelo médico. Conseguimos ele gratuitamente e em maio ele fez outro exame que comprovou que já tinha tido uma melhora de 40% no quadro”, relatou. Contudo desde o mês de junho ele não recebe o medicamento. Já são 4 meses de espera e de um tratamento paralisado, o que preocupa a dona de casa e seu esposo, que ainda não fez outro exame, mas teme uma reversão no quadro clínico devido à parada do tratamento.
A diretora do Cedmex da SES, Gilcélia Meneses, reconheceu o problema e explicou que a responsabilidade de dispensação desse medicamento, inicialmente, não era do Estado, porém o órgão o está distribuindo por meio de uma ação civil pública.
Conforme Gilcélia, até então não tinha havido problemas, porém há dois meses a empresa parou de entregar o medicamento, sem pretextos para tal ação. Visto isso, o setor jurídico foi acionado para que a empresa responsável pela distribuição volte a oferecer o medicamento.
“A empresa foi acionada e ficou de entregar o medicamento semana passada. Acabou que esse prazo foi modificado e eles estão preparando tudo para que seja entregue amanhã [hoje] e nós já entramos em contato com os pacientes para que eles venham buscá-lo. Nós pegamos os contatos dos cadastrados no sistema, que hoje são cinco pessoas em todo o Estado, e eles virão buscá-lo”, afirmou.
JP