Vagando no espaço entre as estrelas – como cantou Dida Fialho – ou aguardando meu espaço em um vagão de trem qualquer da vida, podendo ser o que vai de Campina a Galante neste sábado bucólico no Compartimento da Borborema.
E, cá pra nós, nada mais elegante do que escrever este artigo ao som de um forró contagiante de Luiz Gonxaga nas vozes de Marinês, Dominguihos e Gil.
Se estivesse em Jampa agora iria a um quiosque tomar chopp com fritas ao som do hit parade; em Campina vou à Feira da Prata quebrar o jejum com caldo de mocotó e rabada, ouvindo o toque da sanfona me chamar e rebatendo com triunfo geladíssima para coroar a noite de ontem de muitas boas conversas no camarote com Marisa e Haroldo Agra, com um escocês black de 12 anos a tiracolo.
Vem-me agora a cabeça uma comparação entre a soteropolitana Praça Castro Alves, que é do povo, como Caetano cantou, e o Parque do Povo.
Quem conhece Salvador sabe que a Praça Castro Alves é menor do que aquele girador da entrada de Campina e que lá não cabe povo nenhum.
Já o nosso Parque do Povo vem da inspiração de outro poeta, Ronaldo Cunha Lima, com uma noção melhor de multidão.
Se na Praça Castro Alves falta espaço para o povo, aqui no Parque o povo se sente a vontade se esparramando entre a área de shows e as das barracas tradicionais, com aquele piso industrial fantástico que o prefeito Veneziano mandou fazer.
Vejo o Parque do Povo como um sambódromo ou um bumbódromo. Um mega teatro ao ar livre. Mas falta ainda uma cereja nesse bolo que Ronaldo criou e Vené aperfeiçoou.
Nada mais lógico que nesse imenso terreiro de São João fosse erguido “O Maior São João do Mundo” Entenderam?
Explico: uma estátua da altura ou maior que o Cristo Redentor, fincada em pleno Parque do Povo para homenagear o santo que batizou Jesus e fez Campina ficar internacionalmente conhecida.
Se em junho o local serve para a festa e em algumas semanas do ano vira centro de convenções, durante 365 dias seria visitada por milhares de romeiros, que trazem sua fé e deixam dinheiro no comércio da cidade.
Ronaldo pensou em juntar gente, Veneziano deixou decente o espaço onde sua gente se junta, mas tá faltando alguém olhar pro céu meu amor.
Campina merece ter um monumento em homenagem a São João e daí deveria ganhar uma estátua do Maior São João do Mundo.
Olha pro céu Campina, pois lá no firmamento poderá tá tua redenção.