O casal Lúcio Flávio e Ariane Sá tiraram a sorte grande. De coadjuvantes despretensiosos do mudo acadêmico a figurões do primeiro escalão das gestões de Agra e Ricardo Coutinho, acumulam três secretarias e faturam juntos mais de 40 mil reais em salários e outras vantagens pagas pelo contribuinte.
Ela é secretária de Eucação da Prefeitura, ele é secretário Executivo do Governo do Estado e Chefe de Gabinete. Em um linguajar medieval, estão na corte porque são amigos do rei.
Esta semana Ariane foi notícia pela possibilidade de os seus bens tornarem-se indisponíveis a pedido do Ministério Público, devido suspeitas de prevaricação e favorecimento imoral no que se refere a renovação do contrato da empresa SP Alimentação, atolada até o pescoço no que se convencionou chamar de “máfia da merenda”.
Lúcio tem agora dentro de casa um personagem para objeto de suas teses como cientista político, podendo interagir na intimidade para decifrar a mente do gestor sob suspeita.
Querem algo mais grave do que está sob a suspeição de conluio com uma máfia que rouba dinheiro público tirando comida da boca de criança pobre?
Na verdade a SP rouba com o consentimento passivo ou ativo do gestor, fazendo crianças repetirem os lanchinhos na rede pública.
Cobram aparentemente menos pra vencer a licitação, apenas R$ 1,50 por pratinho servido, enchem o gestor de argumentos e outras coisas para contrapor suspeitas, e na hora de fazer o pratinho padrão o fazem de forma que a crianças não fiquem saciadas e queiram repetir e é aí que o gato pula.
Funcionários da SP e merendeiros são estimulados a facilitarem o repeteco e a cada replay a SP Alimentação fatura mais R$ 1,50. Tem criança que repete até quatro vezes.
A bola sempre foi cantada e o resultado chegou a ser anunciado 24 horas antes da licitação. Mesmo assim, a SP venceu e depois, mesmo com recomendação contrário do MP, teve o seu contrato renovado.
Mas não pense que os problemas na pasta de Ariane são só a merenda das crianças, pois uma licitação de equipamentos para informática também está sob suspeita, sem falar no que ela herdou de pepino, uma safadeza graúda de um lobinho em pele de cordeiros que também pode ser creditada na cota da família.
Na Paraíba é assim: intelectuais moderninhos condenam oligarquias e criam outra para substituí-la.