Sempre achei Alexandre Urquiza um cara equilibrado, cônscio, e injustiçado até dentro do esquema que se anulou para somar esforços para a carreira dos outros.
Mas confesso que desconheço aquele cadáver político que hoje representava o prefeito Luciano Agra na Câmara. Urquiza é uma pessoa frustrada por nunca ter conseguido ter um mandato, apesar de ter disputado tudo e se brincar perdeu até para síndico de prédio.
Quando ele atacou o empresário Eduardo Carlos, proprietário do Sistema Paraíba, culpando-o pela exposição negativa do prefeito em rede nacional, eu entendi que o Coletivo RC anda preocupado com a acusação de formação de quadrilha.
Se Luciano Agra está sendo acusado por formar este bando sou o primeiro a achar injusto, mas isso não quer dizer que concorde com a tese tola de peitar a Globo, atribuindo tudo – reportagens da destruição da pista do Aeroclube e esta denúncia da merenda – a Eduardo Carlos.
A Máfia da Merenda foi denunciada antes mesmo da licitação acontecer lá pelas bandas de 2008.
O que aconteceu agora foi que Agra teve o azar de ser pego no contrapé de uma reportagem ampla e que quando chegou a Capital esbarrou nas dificuldades criadas pela então secretária de Comunicação Lívia Karol, que quis impedir o acesso da equipe da Globo às escolas.
Outra coisa que depõe contra Agra é o fato de ter renovado o contrato da SP Alimentação contra a recomendação de todos.
Agora, ficar soltando piadinha de que tudo isso é porque o Grupo São Braz não vende Pipos pra merenda ou que é porque a PMJP não está anunciando nas TVs Cabo Branco e Paraíba é de uma burrice ao cubo.
E neste contexto a declaração de Urquiza contra Eduardo Carlos, acusando-o de ser “o maior covarde da Paraíba” por ter exposto Agra, apenas revela que a imprensa está muito perto de juntar provas contra quem realmente começou essa lambança da merenda e é o inspirador maior da criação desse Coletivo.
A propósito, se há uma quadrilha atuando nos bastidores esta é o próprio Coletivo RC, organização criada ainda nos anos 80 para uma escalada até o topo do poder. A escalada de um alpinista político que em tese alavancaria os demais membros.
Para chegar aonde chegaram todos foram coniventes com práticas criminosas e ninguém está acima da Lei.
A batata ta assando.