Como um governo em que não há entendimento entre seus secretários e seus aliados pode transmitir segurança para a população?
Esta língua javanês, que Lima Barreto imortalizou em sua obra e onde ninguém entende nada, é a melhor tradução deste governo girassol.
O assassinato do travesti Daniel de Oliveira de 24 anos, que ganhou repercussão nacional ao ser exibido no programa Fantástico da Rede Globo, está provocando opiniões divergentes dentro do próprio governo.
Para o secretário de Segurança, Cláudio Lima, o crime já foi esclarecido, com três acusados já presos. Ele descartou que tenha sido motivado por homofobia.
Não é o que pensa Iraê Lucena, da Secretaria da Mulher e Diversidade Humana.
Vejam o que ela diz em Nota oficial distribuída hoje pela Secom, que aliás não foi publicada no site do governo:
“Os crimes com motivações homofóbicas, comumente, tem algumas características, como: covardia, excesso de violência, requintes de crueldade, conhecimento anterior da vítima pelo agressor, ausência de denúncia dos delitos pelos quais as vítimas são acusadas e utilização do pretexto de criminalização da vítima como álibi do agressor para encobrir envolvimento sexual ou orientação homoafetiva. Muitas dessas características estão presentes no assassinato de Inete”.
Acha pouco esse javanês entre as Secretarias?
Pois veja o que disse a vereadora do Coletivo Girassol, Sandra Marrocos, também concordando que houve homofobia no crime:
“Estou indignada e sei que não poderia sentir outra coisa. O que aconteceu em Campina Grande foi uma intolerância por conta da orientação sexual de uma pessoa, se transformando em homicídio. O governo do estado e a Secretaria da Segurança precisam dar um basta em todo e qualquer tipo de violência, mas principalmente a esse tipo de violência que leva em conta a sexualidade das pessoas”, afirmou.
Se Marrocos, que idolatra Ricardo, está tão revoltada com a falta de segurança na Paraíba neste governo, imagina nós, pobre mortais, que nem falamos javanês…