Um amigo meu diz que na política só existem dois lados. Os que estão mamando e os que querem entrar pra mamar. Eu reluto em aceitar essa coisa simplista, decadente, e maniqueísta, mas estou quase convencido que resume-se a isso mesmo.
A cabeça do leitor tá tão confusa que o sentimento de mudança hoje limita-se a tirar os que estão mamando e botar os que querem mamar.
E aí esse círculo vicioso alimenta e realimenta com migalhas o eleitorado corrupto, que elege a corrupção como método para também levar vantagem.
O juiz precisa empregar a prole e o corrupto precisa se blindar. Pronto, negócio engatilhado. A prole recebe empregos, o corrupto recebe blindagem.
O eleitor padrão, a maioria, quer individualizar o sentimento de mudança e lá vai ele negociar sua indignação com os que querem mamar. Recebe algum advanced e quando os que queriam mamar passam a ser os que estão mamando ele encontra outro motivo para mudar e vai atrás dos desmamados em busca de uma vantagem imediata e ali mesmo negocia sua indignação num eterno carrossel.
Com uma platéia corrupta e imediatista a classe política sai do campo das idéias para o campo das soluções fast food num mundo que resume-se a duas categorias. Os que estão mamando e os que querem entrar para mamar.
Os três poderes no Brasil apenas refletem o que a maioria pensa. E isso eu chamo de democracia da selva.
Amigos, ainda estamos em 1500 e precisamos ser descobertos. Somos todos índios.