Em um artigo em seu blog, Josias de Sousa, um dos principais blogueiros do País, diz que as coisas andam meio azedas na relação da gestão Dilma com grande parte do PMDB.
Da relação Executivo/Legislativo à insatiisfação com o rumo da campanha nos estados, onde o PT muitas vezers insiiste em bater chapa com o PMDB ou fazer jogo duplo, como muitos apontam o no caso da Paraíba, onde o PT quer ter Veneziano e Ricardo Coutinho apoiando Dilma e a presidenta mais uma vez não subindo em nenhum palanque, a panela de pressão tá fervendo e pode explodir com prejuizos para os dois lados..
Leiam o artigo na íntegra:
Gente que conhece o PMDB por dentro e sabe fazer contas acha que Dilma Rousseff pode ter uma surpresa em 2014. Avalia-se que, com seu estilo, a presidente produziu no PMDB devastação semelhante à produzida pelo tornado que varreu há uma semana a região metropolitana de Oklahoma City, nos EUA.
Em conversa com o repórter Jorge Bastos Moreno, Dilma tratou como favas contadas a renovação da aliança PT-PMDB. “É matéria vencida”, disse. Não é bem assim. Um amigo do vice-presidente Michel Temer, membro da Executiva nacional do PMDB, afirma: se a decisão tivesse de ser tomada hoje, a aliança correria riscos.
A convenção que decidirá o destino do PMDB federal tem 523 delegados. Alguns votam mais de uma vez. A maior delegação vem do Rio: 51 delegados, com direito a 74 votos. Desafiado pelo PT no Estado, o governador Sérgio Cabral ameaça retaliar no plano nacional.
A segunda maior delegação virá de Minas: 41 convencionais, com 62 votos. Ao nomear o deputado Toninho Andrade para a pasta da Agricultura, Dilma imaginou que havia pacificado o PMDB mineiro. Ao atrair 199 assinaturas para um pedido de CPI da Petrobras, o deputado Leonardo Quintão desfez a ilusão.
Candidato do PMDB a prefeito de Belo Horizonte em 2012, Quintão abriu mão da postulação para que o partido pudesse apoiar, a pedido de Dilma, o PT de Patrus Ananias. O deputado imaginou-se credor de um ministério. Não levou.
Para complicar, a presidente da Petrobras, Graça Foster, desalojou da diretoria Internacional da estatal Jorge Zelada, um apadrinhado do PMDB de Minas. O partido imaginou que indicaria o substituto. Com o respaldo de Dilma, Graça preferiu cuidar, ela própria, da área internacional, que passou a acumular com a presidência.
Dono da terceira maior delegacão de convencionais -35 delegados, com 54 votos- o PMDB do Ceará é comandado pelo líder do partido no Senado, Eunício Oliveira. Candidato ao governo do Estado, Eunício está às turras com o PT cearense. Em privado, prevê que a realidade local contagiará a cena nacional.
O Paraná tem 37 convencionais, dois a mais do que o Ceará. Porém, tomada pela quantidade de votos (47), a delegação paranaense está na quarta posição. Nesse Estado, o PMDB está dividido basicamente em dois grupos. Um gravita na órbita do governo tucano de Beto Richa. Outro, comandado pelo senador Roberto Requião, torce o nariz para a ministra petista Gleisi Hoffmann (Casa Civil), candidata de Dilma ao governo do Paraná.
Com 32 delegados e 44 votos, a delegação de Santa Catarina é a quinta maior. Sob influência do ex-governador Luiz Henrique, hoje senador, o PMDB catarinense apoiou a candidatura presidencial de José Serra em 2010. A aliança PT-PMDB enfrenta dificuldades em pelo menos outras cinco praças: Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Em 2010, ao acomodar Temer no gabinete de vice, o PMDB imaginou que seria alçado ao Nirvana – como os monges budistas chamam o estado de libertação do sofrimento. Dissemina-se no partido a impressão de que ocorreu o oposto. Na definição de um dos deputados mais influentes na bancada, “Temer tornou-se um representante do governo no PMDB, não um homem do PMDB no governo.”
Dito de outro modo: Temer traz para o partido as demandas do governo. Porém, na visão das bancadas, Temer não leva para o governo os pedidos do partido. No Planalto, demoniza-se o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Ignora-se, porém, uma evidência: o poder do desafeto de Dilma cresce na proporção direta do aumento da insatisfação da bancada que ele lidera.
Em suas conversas privadas Temer costuma perguntar aos peemedebistas que torcem o nariz para a renovação da aliança com Dilma: Qual é a alternativa? O caldo só não entornou por que a questão ainda não foi respondida. Vários diretórios estaduais do PMDB consideram a hipótese de abrir seus palaques para Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB).
Isso já é muito ruim para Dilma. Mas ficará muito pior se o azedume crescer a ponto de ameaçar a entrega do tempo de propaganda do PMDB no rádio e na tevê para a campanha reeleitoral da presidente petista.
Com Blog do Josias