Depois de determinar a condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães e violar seu sigilo de fonte, por considerar que ele “não é jornalista”, o juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, se declarou impedido e deixou de atuar no processo.
A decisão de Moro contra Guimarães, em março deste ano, provocou protestos de entidades globais de proteção a jornalistas, como o Repórteres sem Fronteiras, além de diversos jornalistas, inclusive da direita, como o ex-blogueiro de Veja Reinaldo Azevedo.
A defesa de Guimarães havia alegado que Moro era seu “inimigo capital”, uma vez que os dois têm contra si processos na Justiça, o que retiraria de Moro a autoridade de papel julgador. A declaração de Moro sobre a suspeição é um acolhimento do recurso do blogueiro.
Moro era alvo de uma ação apresentada em 2015 por Guimarães no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No mesmo ano, o juiz representou contra o blogueiro na condição de vítima de suposto crime de ameaça, em decorrência de uma postagem no Twitter interpretada equivocadamente.
“Com esse processo, Moro destruiu a minha vida profissional e financeira. Perdi todas as minhas representações. E tenho uma filha doente para sustentar. Peço sua ajuda para divulgar os fatos deste post”, escreve Guimarães.