O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira (10) que há expectativa de que o texto do relator da reforma da Previdência seja apresentado na próxima semana. Ele defendeu a importância de que as mudanças em curso na proposta inicial do governo preservem o ganho fiscal para o país.
Segundo Meirelles, o deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator do projeto, “pretende apresentar o relatório na próxima semana para ser votado na Comissão Especial da Previdência. Aí sim será encaminhado para votação em plenário nas próximas semanas”.
Discursos alinhados
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, também presente no evento, afirmou em sua palestra que “quem se opõe à reforma defende o aumento da carga tributária”. Em discurso alinhado com o representante da Fazenda, ele reiterou a necessidade das mudanças previdenciárias no país.
Questionado sobre as mudanças já sinalizadas em relação ao texto original da proposta, Oliveira defendeu que elas são fundamentais para a aprovação da reforma.
“Nós entendemos que isso ajuda a aprovar a proposta. Precisamos entender, também, que aprovar esta mudança é fundamental para o país. Não adianta a gente simplesmente ficar inflexível com o texto original e não ser viável do ponto de vista de aprovação no Congresso”.
Oliveira reiterou que o conjunto de regras propostas na reforma previdenciária visa “garantir que haja uma justiça na previdência. O foco é colocar a mesma regra para servidores, políticos, trabalhadores do setor privado”.
O ministro do Planejamento admitiu, porém, que os militares poderão continuar contando com um regime diferenciado de aposentadoria. “O objetivo é que [as regras para os militares] sejam o mais próxima possível [das demais categorias]”, disse Oliveira, ressaltando que “a estrutura de ser militar ela tem algumas particularidades”.
Recuperação econômica
Mais uma vez o ministro da Fazenda afirmou que o Brasil superou a prior crise econômica de sua história. Ao comentar a queda da inflação, Meirelles afirmou que o país “está voltando ao normal com a política fiscal em andamento”.
Segundo o ministro, antes das reformas em andamento havia muita insegurança no país. “Os brasileiros tinham medo da inflação, da incerteza fiscal, então as empresas subiam os preços numa manobra defensiva, apesar da demanda estar caindo, o desemprego aumentando”.
Questionado sobre as expectativas de maior corte na taxa básica de juros, Meirelles disse que o Banco Central irá analisar todos os indicadores econômicos atuais para tomar a decisão certa.
Fonte:G1