Em entrevista a uma rádio anteontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que seu ex-ministro Antonio Palocci é “refém” da operação Lava Jato e do Ministério Público Federal.
Após chamá-lo de refém à tarde, no fim da noite a assessoria do ex-presidente disse que Palocci “voltou a dizer mentiras” contra Lula com objetivo de fechar uma colaboração.
Palocci foi um dos fundadores do PT e, até o momento, é o único envolvido em escândalos de corrupção da Lava Jato que enfrentou processo disciplinar na sigla.
As declarações de Lula à rádio foram em resposta a como ele teria reagido quanto ao aumento de quase dez anos da pena do ex-ministro José Dirceu pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4).
Palocci completou anteontem um ano preso em Curitiba. Seu pedido de desfiliação foi encaminhado à presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR). No texto, ele criticou a sigla que ajudou a fundar e reafirmou declarações dadas ao juiz federal Sérgio Moro.
Para o ex-presidente, o País vive “época de anormalidade” e “anomalia muito séria”. Setores do Judiciário, da Polícia Federal e do Ministério Público, segundo ele, “fazem a condenação das pessoas mesmo sem provas, porque o que é mais grave em todo esse processo é que as pessoas não querem mais prova”.
“As pessoas vão sendo obrigadas a dizer o que os advogados dos delatores querem que digam. Ou seja, e vai aumentando a quantidade de mentira, uma atrás da outra.”
As informações são de reportagem de Marianna Holanda no Estado de S.Paulo.