Quem serviu o Exército sabe que o treinamento dado no adestramento da tropa foca no avanço do combate no terreno da infantaria e ataque mecanizado da cavalaria.
Tudo voltado para a defesa do território de um ataque externo e com apoio da Aeronáutica e Marinha.
Mandar para o Espírito Santo um punhado de conscritos que não recebeu treinamento para combater civis só podia acabar submetendo as Forças Armadas ao maior vexame se sua história.
A bandidagem continua cantando de galo nas ruas das principais cidades do Espírito Santo, os saques continuam, os ônibus foram recolhidos e a tropa federal, impotente pela inferioridade numérica, foi desmoralizada.
O que o Exército pode fazer? Mandar que tanques avancem sobre favelas? Metralhar quem se insurge? Bombardeio aéreo nos bairros?
Para normalizar o policiamento daquele estado no mínimo dez mil homens experientes são necessários.
Uma coisa é a Força Nacional e sua tropa profissional; outra são mil soldados das Forças Armadas sem a menor experiência para o policiamento ostensivo e preventivo.
Melhor focar numa maneira rápida de fazer o policiamento voltar às ruas, antes que as baixas comecem e quem achou que ser do Exército num país sem guerras era uma barbada descubra que existe uma guerra de verdade nas ruas do Brasil.
Dércio Alcântara