Há dentro do PMDB velho de guerra um lado que não quer largar o osso e, mesmo sabendo que o irmãozinho do governador superfatura carne de segunda para andar de primeira, assume que a carne é fraca na base do “Hay Gobierno? Soy a favor! ” com a cara mais lisa do mundo e pouco importa se o eleitorado sinalizou diferente ou se a opinião pública ta massacrando quem ele chalera.
Com vergonha na cara e medo de perder seu eleitor, outra parte do PMDB cumpre seu papel de oposição, mas sofre por está a pão e água e fica com inveja dos colegas que todo dia tomam sopa de traíra no Palácio.
Entre um agrupamento e outro há os mais pragmáticos, que provam da sopa, mas fingem que comem pão com mortadela no Mercado Central.
Todos querem puxar o tapete de Maranhão, mas nenhum assume.
Foi para chamar o feito à ordem e dizer a todos que cada um ta representando o seu papel no ecumenismo partidário da lógica peemedebista que Zé Maranhão convocou essa reunião de daqui a pouco na sede do partido, na Beira Rio.
Aliás, o PMDB só mergulha quando ta no governo, na oposição ele vive margeando e, sempre que possível, beliscando.
Mas, engana-se quem achar que Maranhão ta alheio ao que se passa. É verdade que ele tem passado mais tempo consertando seu avião no Aeroclube do que articulando, mas como bom aviador ele sabe que antes da decolagem vem a manutenção.
E se Maranhão deixasse sim outras lideranças se revezarem no comando do PMDB, ascendendo para uma posição de honra, como Lula no PT?
Nesta hipótese de fato não há figura mais credenciada do que o senador Vital Filho.
A pergunta é: Maranhão vai usar o chicote, passar o bastão ou vaselina?