Quem houve uma ou outra fala do governador Ricardo Coutinho fica com a nítida impressão de que existem dois “ricardos”. O chefe do Executivo, ao falar, transmite ao grande público um sentimento de humildade e de discernimento pleno dos problemas que enfrenta no dia-a- dia. Isso tudo é feito como se fosse um mecanismo de marketing. Age assim no varejo, porém, no atacado a coisa é bem diferente.
Ao tratar das questões do Estado o governador Vieira Coutinho demonstra ser um homem inafetivo, com grande tendência de estar envolvido em brigas. Age sempre pelo impulso esquecendo a razão que funcionada como balizadora de todos os sentimentos humanos.
Essa permanente contenda na vida do governador demonstra uma grave falha de comportamento. Não é normal alguém achar que o mundo gira ao seu redor e que todos estão sempre dispostos a beijar-lhe os pés.
Essa briga com a Defensoria Públic é só mais uma de um rosário de encrencas que adquiriu ao longo desua vida pública. Falar em Ricardo Coutinho é falar de problema,nunca de solução.
Um governo em permanente tensão
Essa teimosia em descumprir ordem judicial ainda lhe causará grande dor de cabeça. Além de não cumprir determinação judicial o governador faz escola transferindo aos seus secretários esse mesmo sentimento de rebeldia institucional.
A determinação para comprar um simples medicamento é motivo de desrespeito, que o diga o desembargador José Ricardo Porto, que oficiou o Ministério Público porque o secretário de Estado da Saúde, Dr. Waldson de Souza, não cumpre uma determinação de sua lavra. Esse secretário responde a uma leva de ações por crime de desobediência.Tudo mando do chefe.
Agora vem a determinação do Supremo Tribunal Federal, também passível de descumprimento por parte do governador.
Aliás, a redução do repasse feito com a Defensoria Pública também fora implementada no Poder Judiciário, no Ministério Público, no Tribunal de Contas e no Poder Legislativo. A diferença que a Defensoria Pública reagiu enquanto os demais se apequenaram com medo do homem, dublê mal acabado de ditador.
E assim segue a vida administrativa na Paraíba. De contenda em contenta o governo segue tropeçando na lei, nas pessoas e nos poderes sem ser maculado. Com o Supremo Tribunal Federal a pancada do bumbo é diferente. Ou cumpre ou cumpre.
É preciso que o governador Ricardo Vieira Coutinho saiba que nesse nosso querido a amado Brasil há homens e leis a quem todos indistintamente devem obediência.
Se desejar levar a peleja adiante e peitar de frente o STF, ficará registrado na história como o único brasileiro a não temer a lei, e, muito menos, as determinações da mais alta corte de Justiça.
Agora se o governador, homem talhado na altercação, discórdia, conflitos e contenda vai encarar mais essa, só o tempo dirá.
Horácio Ramalho Leite, advogado e radialista
Horacio.ramalho@bol.com.br