Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, reafirmou hoje ao UOL que a eficácia da CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac, “é de 78% para casos leves da doença e 100% para casos graves e moderados”. Covas não deu detalhes da eficácia geral do imunizante, dado que deve ser anunciado nesta terça-feira, segundo o governo de São Paulo.
Ao UOL Entrevista, Covas também tratou da morosidade federal para aprovar a vacina do Butantan, questionou a falta de pressão sobre informações da vacina de Oxford, produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), condenou o “obscurantismo” do movimento antivacina e disse que, agora, “o que importa é a análise da Anvisa” para aprovar a CoronaVac.
“Não existe dúvida sobre a eficácia clínica da CoronaVac. Se você quer saber o efeito, é este efeito que foi anunciado: 78% para casos leves e 100% para casos graves e moderados. Essa é a eficácia, isso que importa, a eficácia clínica”, afirmou Covas. Hoje a Indonésia aprovou o uso emergencial da mesma vacina relatando eficácia de 65,3%.
Covas afirmou que cabe à Anvisa se debruçar “nos pormenores dos dados” ao dizer que “paralelamente” o instituto também está “olhando esses dados”.
“Brevemente estamos programando uma conferência científica onde apresentaremos esses dados em pormenores”, afirmou ao dizer que o Butantan informou “o que importa para a vacina”, que é a sua eficácia, “o poder de diminuir o número de casos graves, óbitos e que precisam de assistência médica”.
O diretor minimizou a iniciativa do Ministério da Saúde de ficar com todas as vacinas do Butantan ao dizer que “essa vacina precisa chegar ao braço do brasileiro, se vai ser A, B ou C, eu vou ficar satisfeito”.
“O que não podemos ficar confortáveis é com 6 milhões de doses na prateleiras e elas não serem usadas”, disse. “O objetivo do Butantan é trazer essa vacina o mais rapidamente possível, e por mim já estaríamos usando essa vacina.”