Quanto mais a gente reza, mais surgem assombrações. E no Brasil, então, a gente pode até dizer que elas, as assombrações, não têm hora para aparecer quando o assunto é desigualdade social. Só para se ter uma ideia, em 2001 o grupo formado pelo 1% dos mais ricos acumulava nada menos que 25% das riquezas do país. Parecia não ser possível piorar esta situação, não é mesmo? Afinal, os governos petistas venderam a tese de terem reduzido a desigualdade. Acontece que passado pouco mais de uma década, a desigualdade foi elevada. O grupo do 1% mais rico, em 2015, já 28% de tudo. E isso sem contabilizar os últimos dois anos, quando essa história de distribuição de renda ficou démodé.
A pesquisa divulgada nesta quinta-feira mostra os números de todo o mundo. O documento é assinado por um time de pesquisadores, entre eles, o autor do livro “O Capital no Século XXI”, Thomas Piketty. Ele é especialista em estudos sobre desigualdade de renda. Enquanto os 50% mais pobres do Brasil eram mais de 71 milhões de pessoas em 2015, os 1% mais favorecidos somavam 1,4 milhão de pessoas. O estudo também aponta que os 10% mais ricos elevaram sua riqueza de 54% para 55% neste mesmo período, revelou o G1.
Extremos
Um fato curioso é que os 50% mais pobres, alvos dos programas sociais, também tiveram um aumento da renda, passando de 11% para 12%. O crescimento mais rápido que os 10% mais ricos, segundo o relatório, mas com impacto bem menos relevante devido a sua baixa renda.