Em entrevista à Rádio Correio FM, na manhã desta segunda-feira(19),o comandante do Comando de Policiamento Regional I (CPR1), coronel Almeida Martins, lamentou o homicídio de um homem dentro do Parque do Povo, na noite desse domingo (18), após uma tentativa de assalto.
Almeida destacou que o fato não revela falha no trabalho feito pela segurança pública no evento, mesmo admitindo que o efetivo ontem talvez tenha sido menor, em comparação com o público presente na festa.
Ele frisou que a polícia não tem como calcular a quantidade de pessoas que estavam no Parque do Povo ontem.
– O público ontem, de fato, superou. Já há grupos de whatsapp divulgando que o público ontem deu mais de 50 mil pessoas. De fato eu não sei, não há como contar, não há um registro formal da quantidade de pessoas. Por amostragem, podemos até contar, mas não é um dado oficial. As ruas não têm uma capacidade de um cálculo. Ali há curvas demais. A geografia do Parque do Povo é côncava. Temos que lamentar. Não é fácil a logística de ter que relocar efetivo de João Pessoa e colocar no Parque do Povo, não é fácil comprar a folga do policial e colocá-lo lá, não é fácil controlar uma multidão dessas. Fico triste pelo modo que esse jovem foi assassinado – pontuou.
A autoridade policial ainda frisou que a segurança pública não é responsável pelas revistas na entrada do evento e que uma empresa foi terceirizada para o serviço.
“Nenhum integrante da Polícia Militar é responsável de fazer a revista na entrada das pessoas. Existe uma empresa, esse trabalho foi terceirizado, para fazer a revista nos oito pontos de entrada do Parque do Povo. A Polícia Militar, quando observa que há algum indício de que alguém está armado dentro do Parque do Povo ela faz a revista no interior da festa, ou até mesmo nas ruas. Mas, a responsabilidade direta é de um grupo de segurança privada. Eu entrei no sábado e fui revistado, mas não com a devida técnica. Eu até instruí o rapaz que me revistou, para me revistar até embaixo, pois eu poderia estar com uma arma na minha meia. É preciso reavaliar a aplicação dessa empresa privada. Parece-me que eram 100 pessoas contratadas, mas que estão colocando apenas 58 pra trabalhar”, explanou.
Almeida ainda disse que toda semana a polícia tem se reunido, juntamente com o Ministério Público, e se avaliam as dificuldades e as demandas que não foram cumpridas.
Segundo ele, todos os órgãos envolvidos são chamados para as reuniões.
Martins fez um apelo à organização da festa para colocar as catracas, afirmando que é algo que precisa ser avaliado.
“É preciso reavaliar sim. Se o número que foi colocado naquela placa que a capacidade é de 21.733 pessoas, não é para entrar 21.734. Houve um estudo técnico e minucioso calculando a quantidade de pessoas por metro quadrado. É preciso um instrumento para regular a entrada das pessoas. Talvez assim nós tivéssemos uma visibilidade mais ampliada, um poder de observação melhor através das plataformas e na parte terrena. Com certeza, o trabalho seria mais interessante para a segurança pública. Vi pelas fotografias, eram tantas pessoas que não dava para identificar os capacetes dos policiais militares.
É um evento de sucesso? É. Mas, é preciso que ele seja bom para todo mundo. A Polícia Civil deve estar investigando as imagens e é do nosso interesse colocar esse grupo, ou a pessoa que cometeu o crime, na prisão. Nós não admitiremos um fato como este”, finalizou.
Redação com PB Online