História de fila em agência bancária é pior do que história de pescador, todos conhecem uma para contar – e elas nunca são boas. O office-boy e o calhamaço de contas para pagar, o caixa atrapalhado que precisa da ajuda do gerente ou o espertinho que vai para o atendimento preferencial. Em todas elas o que mais incomoda é o tempo perdido para fazer uma operação banal, como a transferência de dinheiro ou o pagamento de uma conta. Os bancos perceberam que poderiam retirar clientes das agências e acabar com a insatisfação se oferecessem algum tipo de facilidade. Com a popularização dos smartphones – a cada 10 aparelhos vendidos no Brasil, quatro têm múltiplas funções -, boa parte desses serviços bancários foi parar no aparelho celular.
A decisão se mostrou acertada. Bradesco, HSBC, Itaú e Caixa registram crescimentos exponenciais no uso dessa ferramenta – o Banco do Brasil entrou nesse mercado há menos de dois meses. Em menos de quatro anos, o chamado banco móvel já ultrapassou os 5 milhões de usuários no país, segundo estimativa de especialistas. “Os serviços bancários pelo celular vão alcançar o internet banking no Brasil em até cinco anos”, afirma Gustavo Roxo, sócio da consultoria Booz & Company.
Em março, o Bradesco chegará a uma marca histórica. Será o primeiro banco a ter mais transações realizadas pelo smartphone do que pelos caixas bancários. Atualmente, a troca de dados pelo telefone já superou as realizadas pelo call center do banco, que realiza 1,1 milhão de operações médias por dia. No meio do ano, o HSBC será a segunda instituição financeira a ter mais transações pelo smartphone do que pelos caixas. “O ritmo de crescimento dessa plataforma é impressionante”, reforça Ricardo Guerra, diretor de canais do Itaú Unibanco. “Há um ano, tínhamos 1,1 milhão de downloads dos aplicativos. Agora, estamos em 3,9 milhões.”