Os impérios precisam da guerra para manter as espadas em punho e os imperadores duram mais com o pescoço do povo na ponta de suas espadas. No Nordeste brasileiro o coronelismo viu no retardo do desenvolvimento a longevidade para que suas oligarquias saqueassem as riquezas públicas durante gerações.
Em tese, só uma arma quebraria o monólogo dos imperadores e coronéis. A educação, essa arma que tira a enxada e a foice da mão e providencia musculatura para a arma de libertação. A mente.
Na Paraíba o governador Ricardo Coutinho quebrou paradigmas ao fazer de uma arma de libertação a chave do cadeado do cativeiro popular.
É que no momento em que a educação libertava, ele surgiu do mundo acadêmico e cultural, forjado e blindado por intelectuais e artistas como o contraponto às oligarquias, corruptos e velharia.
Há quem pense em Ricardo como o moderno, mas até nisso ele hipnotiza, pois na verdade é um político com duas décadas de mandatos, sendo dez no poder executivo como prefeito de João Pessoa durante seis anos e governador por quatro, reeleito para mais quatro.
Assim, repetindo a façanha dos políticos do passado, que conseguiram dominar a província com discursos, Ricardo Coutinho caminha para uma dominação de mais de três décadas, pois tem mais quatro anos como governador pela frente e na sequência deverá se eleger senador para um mandato de oito anos e, de quebra, ainda poderá eleger o sucessor para mais quatro ou oito anos…e quem sabe Ricardo lá na frente volta e…a Paraíba continua uma capitaniazinha hereditária.
Como diz aquela música de Belchior, “ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais…”