A legislação diz que qualquer pessoa é inocente até que se prove ao contrário. Assim sendo, Coriolano Coutinho é inocente e nada pode se atribuir a ele no que se refere aos desmandos na EMLUR.
Mas, acontece que, pelos últimos acontecimentos lá naquele órgão, onde um gari venceu uma licitação para locação de caminhões compactadores no valor de 600 mil, além desse reajuste acima de 20% em favor das empresas integrantes do consórcio que coleta nossos dejetos, o irmão do governador passou do estágio de apenas suspeito para o de suspeitíssimo.
Cori, como é mais conhecido, é o braço financeiro de Ricardo Coutinho e desde os tempos de vereador é quem lida com esse viés.
Foi tesoureiro de todas as campanhas do irmão e logo em seguida sempre é indicado para funções estratégicas, como esta de superintendente da EMLUR. Coleta de lixo custa caro. Mais do que vossa vã filosofia possa imaginar.
Mesmo assim, apesar de acabar de ter insinuado que ele tem rabo preso, pois onde há fumaça (ou lixo) há fogo (ou fedor), sou obrigado a dizer que ninguém pode acusa-lo de integrante da Máfia do Lixo, pois até o momento ninguém provou nada, só especulou juntando evidências aqui e ali.
Agora eu queria fazer aqui um desafio ao irmão do governador: se o senhor tem as mãos limpas – e não por que usa luvas, mas por que é honesto – compareça a Câmara e esclareça todas as dúvidas que pairam sobre as questões que envolvem o lixo da Capital, da prorrogação daquele mandato herdado da gestão Cícero Lucena até este recente e inexplicável reajuste de mais de 20% no generoso contrato com as empresas de coleta, sem esquecer-se de nos convencer de que nada sabia sobre o fato de um gari ser laranja de uma empresa com patrimônio de mais de 4 milhões.
O que o senhor está esperando para provar a sua inocência? Quem não deve não teme.
Mas, lembrem-se, o rapaz é inocente até que se prove ao contrário.